Sinner é o novo pretendente ao trono desocupado por Djokovic

Daniil Medvedev volta a ganhar em cinco sets e está na final pela terceira vez.

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Jannik Sinner Reuters/EDGAR SU
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Depois de entrar no top 10 em finais de 2021 e, no ano passado, ter atingido a meia-final em Wimbledon e ganho o primeiro título da categoria Masters 1000, Jannik Sinner tinha como desafios maiores vencer Novak Djokovic numa prova do Grand Slam e atingir a final de um dos quatro maiores torneios do mundo. A oportunidade surgiu esta sexta-feira. O italiano entrou confiante para a meia-final do Open da Austrália, pois vencera o melhor tenista da actualidade em dois dos três duelos travados em Novembro e ainda não tinha perdido um set na prova. E essa confiança ficou bem patente na exibição de Sinner, com a qual pôs fim à série de 33 vitórias consecutivas de Djokovic em Melbourne, tornando-se no primeiro a derrotar o sérvio nessa fase do torneio australiano; nas 10 ocasiões anteriores em que chegou às meias-finais, Djokovic acabou sempre por sair da Austrália com o título.

“Claro que nos sentimos melhor quando sabemos que podemos derrotar determinado jogador. Para mim, foi um enorme privilégio poder defrontá-lo por três vezes em dez dias e isso ajudou-me, mas por outro lado, um Grad Slam é mentalmente diferente. Tentei jogar o mais relaxado possível e com o plano de jogo certo na minha mente”, afirmou Sinner que, aos 22 anos, é o mais novo finalista do Open da Austrália desde… Djokovic em 2008. O nível exibido pelo italiano ficou bem traduzido numa estatística: não enfrentou nenhum break-point.

Depois de ceder dois sets em 73 minutos, Djokovic viu o adversário desperdiçar um match-point no tie-break, antes de vencer esse jogo decisivo – pela 21.ª vez em 23 tie-breaks realizados em majors. Foi o primeiro set que o número quatro do ranking cedeu nesta quinzena e quando muitos se recordavam do quarto-de-final de Wimbledon, há dois anos, em que Sinner liderou por dois sets a zero antes de ceder perante Djokovic em cinco partidas, o italiano manteve uma atitude positiva. Ao contrário do match-point anterior, Sinner foi eficaz com a direita, o seu 31.º winner, e fechou com os parciais de 6-1, 6-2, 6-7 (6/8) e 6-3. Djokovic terminou com 54 erros não forçados e reconheceu ter sido um dos piores encontros que alguma vez realizou em Grand Slams.

Na primeira final do Open da Austrália desde 2005 sem Djokovic, Rafael Nadal ou Roger Federer, Sinner vai defrontar um adversário a quem venceu nos últimos três duelos, embora Daniil Medvedev lidere a conta-corrente por 6-3, nunca em encontros à melhor de cinco sets. O número três mundial chega a domingo com 20h33m passadas no court (mais seis que o italiano), depois de ter recuperado de 0-2 em sets e eliminar Alexander Zverev (6.º), por 5-7, 3-6, 7-6 (7/4), 7-6 (7/5) e 6-3. Zverev passou a dois pontos da vitória quando liderou o tie-break do quarto set, por 5/4, mas seria o russo a sobreviver à “batalha” de quatro horas e 18 minutos e a passar à final, pela terceira vez nos últimos quatro anos – após derrotas frente a Djokovic (2021) e Rafael Nadal (2022).

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