Trump reafirma em tribunal não conhecer E. Jean Carroll, que agrediu sexualmente
O ex-Presidente dos Estados Unidos enfrenta o segundo julgamento relacionado com caso de abuso sexual. Tribunal vai determinar valor de nova indemnização à escritora E. Jean Carroll.
Donald Trump testemunhou esta quinta-feira num tribunal de Nova Iorque, no segundo julgamento relacionado com o caso de abuso sexual e difamação interposto por E. Jean Carroll, reafirmando que a acusação de abuso é uma farsa.
A defesa de E. Jean Carroll apresentou esta tarde excertos de declarações de Trump proferidas em Outubro de 2022, em que este se referiu à escritora como alguém “mentalmente doente” e ameaçou processá-la.
O ex-Presidente dos Estados Unidos falou durante menos de três minutos, com o juiz Lewis Kaplan a impedir que Trump negasse as acusações da antiga colunista da revista Elle, uma vez que, em Maio passado, já foi considerado culpado por agressão sexual e difamação.
“Ela disse algo que considerei uma acusação falsa”, insistiu, neste julgamento que determinará o valor de uma nova indemnização a ser atribuída à escritora norte-americana. “Só queria defender-me a mim mesmo, à minha família e, francamente, à Presidência."
O antigo chefe de Estado chegou a interromper uma das suas advogadas, enquanto esta falava, para reafirmar, em referência a Carroll: "Nunca conheci esta mulher." A interrupção motivou um aviso do juiz, pedindo que se mantivesse em silêncio. Trump abandonou depois a sala do tribunal enquanto repetia a frase: "Isto não são os Estados Unidos."
Em 2023, Trump foi condenado a pagar cinco milhões de dólares (4,6 milhões de euros) em indemnizações e reparações a E. Jean Carroll. À data, reagiu à decisão do júri através das redes sociais: “Não faço ideia de quem é esta mulher. Este veredicto é uma vergonha — é a continuação da maior caça às bruxas de sempre!” Horas depois de perder o caso, em entrevista à CNN Internacional, mencionou Carroll como "maluquinha".
A escritora e jornalista, agora com 80 anos, pede pelo menos dez milhões de dólares (cerca de 9,2 milhões de euros) pelas declarações que Trump fez em 2019, quando ainda era Presidente, em que negava o crime de abuso sexual ocorrido na década de 1990, cometido num provador dos armazéns de luxo Bergdorf Goodman, e defendia que o único objectivo da acusação era a promoção do livro de memórias em que a escritora relata a violação.
Há cinco anos que Donald Trump, agora em campanha eleitoral para tentar regressar à Casa Branca, nega estas acusações.