Chegou a hora de Alexander Zverev?

A chinesa Qinwen Zheng e a ucraniana Dayana Yastremska decidem lugar na final.

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Alexander Zverev EPA/JOEL CARRETT
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O “trauma” da final do US Open de 2020, em que liderou por dois sets a zero, e a lesão no tornozelo sofrida em Junho de 2022, que o afastou do circuito o resto desse ano, adiaram a afirmação de Alexander Zverev como forte candidato à vitória nos torneios do Grand Slam. A incapacidade do alemão em voltar a uma final de um major era traduzida no registo diante de adversários do top 5 nestas provas: dez derrotas em outros tantos encontros. Até que Zverev assinou a melhor exibição no Open da Austrália, derrotou o número dois mundial, Carlos Alcaraz, e avançou pela sétima vez para uma meia-final do Grand Slam.

Os “fantasmas” regressaram no terceiro set, quando Zverev liderava por 5-2 e Alcaraz foi buscar todas as energias e determinação para sobreviver no encontro, terminando o tie-break com sete pontos consecutivos. Mas o alemão confirmou os progressos recentes e elevou o nível de jogo a partir do oitavo jogo da quarta partida, bem apoiado no serviço – 85% de primeiros serviços – e em fortes pancadas do fundo do court, para retirar o controlo do ponto ao talentoso adversário. “Quando estamos acima, por 6-1, 6-3 e 5-2, tão perto de ganhar, começamos a pensar, o nosso cérebro começa a trabalhar, o que nem sempre ajuda. Penso que lutei muito bem no quarto set, não desisti e estou muito contente por ter fechado”, afirmou Zverev, após vencer, por 6-1, 6-3, 6-7 (2/7) e 6-4.

O alemão, que tinha ultrapassado duas rondas neste Open com vitórias no tie-break do quinto set, confirmou a ambição de triunfar num major. “Estava no meu melhor nível quando a lesão apareceu e estou muito contente por voltar e ganhar este tipo de encontros. No ano passado, não era um candidato a ganhar torneios como este”, admitiu. Nas meias-finais, Zverev terá como adversário Daniil Medvedev, adversário que o bateu em 11 de 18 duelos, mas este será o primeiro à melhor de cinco sets.

No 100.º encontro que realizou no Grand Slam, Medvedev eliminou o polaco Hubert Hurkacz (9.º), por 7-6 (7/4), 2-6, 6-3, 5-7 e 6-4, para atingir as meias-finais do Open australiano pela terceira vez nos últimos quatro anos. Dois dias depois de derrotar Nuno Borges, o número três do ranking acusou o desgaste físico do set inicial e reagiu no terceiro set. Na quarta partida seguinte, foi a vez de Hurkacz confirmar os progressos recentes e, quando o encontro parecia decidido, recuperar de 2-4. Contrariando a última tendência de responder ao serviço muito atrás da linha de fundo, Medvedev surgiu mais perto do court para contrariar o forte serviço do adversário e, graças a um break no sétimo jogo do derradeiro set, sentenciou o embate de quatro horas.

“Estou completamente destruído. No quarto set já não conseguia concentrar-me e apenas dei o meu melhor; se perdesse, perdia e ia para casa e estava tudo bem”, disse o campeão do US Open de 2021.

No torneio feminino, Dayana Yastremska (93.ª) tornou-se na primeira tenista vinda do qualifying a chegar às meias-finais do Open da Austrália desde 1978 e somou a oitava vitória consecutiva nos courts de Melbourne Park, sobre a checa Linda Noskova (50.ª), por 6-3, 6-4.

No primeiro quarto-de-final feminino desde 1990 entre duas jogadoras fora do top 50, a ucraniana de 23 anos foi premiada pela maior agressividade, terminando com 19 winners contra seis da adversária. Para 2024, Yastremska adoptou uma nova mentalidade, retirando a pressão que tinha colocado sobre si nos últimos anos: por causa dos resultados que a levaram ao 21.º lugar em 2020 e, depois da invasão da Ucrânia, pela vontade de dar alegrias aos compatriotas.

Mas a favorita na meia-final é a outra estreante, Qinwen Zheng, de 21 anos. Dez anos após a vitória de Li Na – a primeira asiática a conquistar um título do Grand Slam – Zheng (15.ª) tornou-se na mais jovem semifinalista chinesa num major, após afastar a russa Anna Kalinskaya (75.ª), por 6-7 (4/7), 6-3 e 6-1, e garantiu a entrada no top 10.

Mas os veteranos também fazem história. Ao qualificar-se para as meias-finais de pares masculinos, ao lado do australiano Matt Ebden, o indiano Rohan Bopanna garantiu, aos 43 anos, a subida ao primeiro lugar do ranking da especialidade pela primeira vez.

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