Detidos por suspeitas de corrupção na Madeira interrogados sexta-feira
O presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, e dois gestores ligados ao grupo de construção AFA são os três detidos pela Polícia Judiciária.
Os três detidos no âmbito da investigação que visa suspeitas de corrupção na Madeira devem ser ouvidos na sexta-feira, no Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, adiantou à Lusa fonte judicial.
A mesma fonte alertou que no mesmo dia está prevista uma greve de funcionários judiciais, sem serviços mínimos, o que poderá comprometer a realização das diligências.
Os arguidos serão ouvidos para primeiro interrogatório judicial e aplicação das medidas de coação.
O presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), e dois gestores ligados ao grupo de construção AFA — Avelino Farinha e Custódio Correia — são os três detidos no âmbito das buscas que a Polícia Judiciária (PJ) realizou esta quarta-feira em todo o país. A residência do presidente do executivo, Miguel Albuquerque (PSD), também foi alvo de buscas esta manhã.
"As diligências executadas visaram a recolha de elementos probatórios complementares, a fim de consolidar as investigações dos crimes de corrupção activa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência", lê-se numa nota divulgada pela PJ.
Segundo a mesma informação, no âmbito de três inquéritos dirigidos pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), foram executadas 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias na Madeira (Funchal, Câmara de Lobos, Machico e Ribeira Brava), na Grande Lisboa (Oeiras, Linda-a-Velha, Porto Salvo, Bucelas e Lisboa), em Braga, Porto, Paredes, Aguiar da Beira e Ponta Delgada (Açores).
Na operação policial participaram dois juízes de Instrução Criminal, seis magistrados do Ministério Público do DCIAP e seis elementos do Núcleo de Assessoria Técnica (NAT) da Procuradoria-Geral da República, bem como 270 investigadores criminais e peritos da Polícia Judiciária.