PAN não fará acordos com a AD por causa das “escolhas” de Montenegro

No entendimento da porta-voz do partido, Inês Sousa Real, o PSD está a “extremar-se” e a “deixar órfão o centro-direita”. Entre o PSD e o Chega, “venha o diabo e escolha”, diz.

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Inês Sousa Real, porta-voz do PAN ESTELA SILVA
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Inês Sousa Real, porta-voz do PAN, garantiu esta terça-feira que o partido que lidera não fará, num cenário pós-eleitoral, qualquer acordo com a Aliança Democrática (AD). A razão prende-se com as “escolhas” de Luís Montenegro, presidente do PSD, que além de concorrer coligado com o CDS e o PPM, escolheu Eduardo Oliveira e Sousa, ex-líder da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), para cabeça de lista pelo círculo de Santarém.

Em entrevista ao Observador, depois de criticar Gonçalo da Câmara Pereira, líder do PPM, Nuno Melo, líder do CDS, e Oliveira Sousa, a deputada única do PAN afirma que o seu partido "não está disponível para fazer alianças com as escolhas que o Luís Montenegro trouxe para cima da mesa”.

“Um governo de Luís Montenegro vem trazer para os desafios do século XX uma aliança supostamente democrática, que traz Gonçalo da Câmara Pereira, que, em cada palavra que diz, é um atentado aos direitos das mulheres ou até mesmo à igualdade de género, que traz Nuno Melo, que procura reavivar as touradas e [retrocessos] em matéria dos direitos das mulheres”, disse àquela publicação.

Sousa Real não só rejeita o cenário de alianças como afirma a sua indisponibilidade para “viabilizar” um “governo cujos valores não se aproximem dos valores do PAN”, referindo-se a um eventualmente formado pela AD.

Entre o PSD e o Chega, “venha o diabo e escolha”, diz também a porta-voz do partido. No seu entendimento, o PSD está a “extremar-se” e a “deixar órfão o centro-direita”. “O PSD tinha a responsabilidade, do ponto de vista democrático, de travar a extrema-direita e não o está a fazer. Está, antes, a aproximar-se, a procurar replicar aquilo que é, neste momento, a extrema-direita”, concretizou.

Nas eleições legislativas regionais na Madeira, em Setembro, o PAN celebrou um acordo de incidência parlamentar com a coligação PSD/CDS, viabilizando o seu governo. O PAN sempre se afirmou como um partido que não é de esquerda nem de direita e que tanto pode entender-se com o PS como com o PSD.

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