Montenegro acusa Pedro Nuno Santos de não ser confiável para primeiro-ministro

Líder do PSD desvalorizou ausência de Pedro Passos Coelho na convenção da Aliança Democrática neste domingo.

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Luís Montenegro quer explicações sobre o excesso de mortalidade em Portugal Nuno Ferreira Santos
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O líder do PSD, Luís Montenegro, considerou que o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, não deu explicações sobre a acumulação de cargos pela ex-CEO da TAP noutras empresas e que a “forma ligeira” como o ministro exerceu as sua funções não dá confiança para chefiar o Governo.

No final de uma reunião com o novo bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Luís Filipe Barreiros, Montenegro foi questionado sobre se ficou satisfeito com as explicações de Pedro Nuno Santos sobre o contrato de Christine Ourmières-Widener na companhia aérea.

O líder do PSD considerou não terem sido dadas explicações e acrescentou que “a cada dia que passa se fica a perceber a forma ligeira” como exerceu o cargo de ministro das Infra-Estruturas. “Se teve este comportamento como ministro não me parece que esteja a dar confiança para que confiem nele para ser primeiro-ministro. Na TAP é um constante episódio de ligeireza, leviandade”, disse, referindo-se à nacionalização e depois à intenção de privatizar a empresa, bem como o facto de ter autorizado a indemnização de 500 mil euros à ex-administradora Alexandra Reis.

Esta manhã, o secretário-geral do PS disse não ser jurista e remeteu para as equipas jurídicas o teor do contrato assinado pela ex-CEO da TAP e que permitia a acumulação com cargos noutras empresas. “Ele [Pedro Nuno Santos] diz que ele não é jurista. Se Pedro Nuno Santos acha que para ser primeiro-ministro é preciso ser jurista, eu não acho, mas se ele acha estou em vantagem”, gracejou. Montenegro tem formação em Direito e Pedro Nuno Santos é licenciado em Economia.

O líder do PSD desvalorizou a questão de não ter havido um convite para o antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho estar presente na convenção da Aliança Democrática, onde estará o antigo vice-primeiro-ministro Paulo Portas, referindo que haverá oportunidade para outras “interacções” até às eleições. “Estou preocupado com a saúde (…) não levo a mal as perguntas que me fazem, mas os senhores jornalistas devem saber distinguir o principal do acessório”, respondeu.

A propósito das questões de saúde, o líder do PSD assumiu que é preciso saber a que é que se deve o excesso de mortalidade que se está a registar em Portugal. “Tenho alertado e reitero, sem demagogias e com responsabilidade, é preciso saber por que é que está a morrer tanta gente em Portugal”, disse, exigindo explicações do Governo ainda em funções, já que é um executivo que “tem sido tão diligente em iniciativas de campanha eleitoral, em lançamentos de primeiras, segundas pedras da mesma obra”.

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