Pedro Nuno Santos responde à oposição: “A TAP é, no essencial, um caso de sucesso”
“Quando assumi funções como ministro, [a TAP] dava prejuízos na ordem dos 100 milhões de euros, e nós deixámos a empresa saudável”, lembrou o líder do PS.
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, considera que Portugal estaria "muito melhor" se os políticos que criticam a TAP tivessem conseguido os mesmos resultados que ele próprio conseguiu quando era ministro das Infra-Estruturas. Respondendo directamente ao líder dos liberais, que o acusou de fazer “trapalhadas” na TAP, o socialista argumentou que “o caso da TAP é, naquilo que é essencial, um caso de sucesso”. Pedro Nuno Santos atirou ainda a responsabilidade da inexistência de um contrato de gestão com a então CEO, Christine Ourmières-Widener, para o Ministério das Finanças, defendendo que essa questão não cabia ao ministério que tutelava.
"Nós estamos a falar de uma empresa que estava parada; uma empresa que, quando assumi funções como ministro, dava prejuízos na ordem dos 100 milhões de euros, e nós deixámos a empresa saudável, a dar lucro. Se todos os outros políticos que vão falando conseguissem estes resultados, nós estaríamos muito melhor em Portugal", começou por dizer Pedro Nuno Santos à margem de uma iniciativa em Ílhavo, no distrito de Aveiro.
O novo líder socialista reafirmou esta quinta-feira que a injecção de capital na TAP foi um processo com êxito, alegando que o Governo herdou uma companhia parada e a dar prejuízo e que agora está a dar lucro. "Temos de voltar a centrar-nos no que é importante: herdámos uma companhia que estava parada e temos uma companhia a dar lucro", disse.
Questionado sobre as declarações do líder da IL, Rui Rocha, que o acusou de ser um "fazedor de trapalhadas" na TAP, Pedro Nuno Santos afastou a crítica argumentando que, hoje, o país tem "uma empresa saudável, a dar dinheiro e a contribuir para o desenvolvimento nacional".
"O caso da TAP é, naquilo que é essencial, um caso de sucesso. Não de insucesso! Caso de uma empresa que funcionava mal e hoje funciona bem. E isso é motivo de orgulho para todos", afirmou.
Em conferência de imprensa, na quarta-feira, o vice-presidente do PSD Miguel Pinto Luz disse ter lido "com espanto" a contestação da TAP à acção movida pela ex-presidente executiva (CEO) em que uma das alegações é que Christine Ourmières-Widener "nunca foi trabalhadora da companhia".
Questionado pelos jornalistas, Pedro Nuno Santos recusou comentar os argumentos de ambas as partes em litígio, adiantando, uma vez mais, que o processo da TAP foi um processo com êxito. "As acusações que são feitas não têm sentido quando o resultado é um resultado de sucesso. O que nós temos são duas partes num litígio, que decorreu de um despedimento... É um litígio que temos de respeitar, mas não devemos comentar."
Por outro lado, o líder do PS remete responsabilidade para o Ministério das Finanças sobre a inexistência de um contrato de gestão com a então CEO, frisando que não cabia ao seu ministério firmar o contrato de gestão com a gestora. “Aquilo que vamos ouvindo sobre os contratos de gestão, deixem-me dizer que, infelizmente, a maioria dos gestores públicos não os tem e isso não é responsabilidade dos ministérios sectoriais”, afirmou Pedro Nuno Santos, citado pelo Eco.
A ex-presidente executiva da TAP Christine Ourmières-Widener foi exonerada por justa causa, em Abril de 2023, no seguimento da polémica indemnização de meio milhão de euros à antiga administradora Alexandra Reis, que levou à demissão do então ministro das Infra-Estruturas, Pedro Nuno Santos, e do seu secretário de Estado Hugo Mendes, e à constituição de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) à gestão da companhia aérea.
Actualizada às 20h17 com mais informação