Peru conseguiu reaver mais de 200 artefactos pré-hispânicos com cerca de dois mil anos

Os objectos devolvidos estavam nas mãos de coleccionadores privados e instituições dos Estados Unidos, da Alemanha, da Bélgica, do Canadá e de Espanha. Nos últimos dois anos o país resgatou 840 bens.

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Entre as peças agora resgatadas estavam dois "quipos", ou "khipus", um sistema de contabilidade característico da cultura inca DR
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Mais de 200 artefactos pré-hispânicos, incluindo peças de cerâmica e importantes obras de arte indígena, foram reclamados com sucesso pelas autoridades do Peru junto de coleccionadores e instituições de todo o mundo, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros do país esta terça-feira, numa apresentação pública dos bens resgatados.

Alguns dos objectos, entre os quais esculturas, têxteis e ferramentas, têm mais de 2000 anos, informaram fontes governamentais peruanas, com os mais velhos deste rol a remontar a cerca de 200 anos antes de Cristo.

Os objectos foram devolvidos ao país por coleccionadores privados e instituições dos Estados Unidos, da Alemanha, da Bélgica, do Canadá e de Espanha., nomeadamente o Santa Barbara Museum of Natural History, na Califórnia, a Fundação F.C. Gundlach, na Alemanha, e a leiloeira belga Booneshares.

A maioria destes bens foi devolvida voluntariamente, embora o Departamento Norte-Americano de Segurança Interna e a polícia alemã tenham monitorizado algumas operações, revelaram as autoridades peruanas.

"Muitas peças deixaram o país através do tráfico ilegal", disse a vice-ministra peruana do Património Cultural e das Indústrias Culturais, Haydee Rosas.

Entre as peças agora resgatadas estavam dois "quipos", ou "khipus" (cordas com nós que funcionavam como sistema de contabilidade), e dúzias de esculturas da cultura inca, um império que dominou a actual região andina do Peru do século XIII até à chegada dos conquistadores espanhóis. Outros dos artefactos foram produzidos por civilizações indígenas como as culturas chancay e chimu.

A devolução destes bens ao Peru inscreve-se no seu esforço continuado no sentido do resgate de peças históricas que foram contrabandeados para o exterior do país ou que durante anos permaneceram nas reservas de museus internacionais. Nos últimos dois anos foram repatriadas cerca de 840 peças, precisou a vice-ministra.