Forças israelitas matam quatro jovens na Cisjordânia e reforçam ataques em Gaza
Violência na Cisjordânia já fez 344 mortos desde Outubro.
As Forças de Defesa de Israel (IDF) lançaram um ataque, na madrugada deste sábado, na Cisjordânia, matando três jovens palestinianos. A acção das forças israelitas teve lugar na cidade de Idhna, junto ao colonato de Adora, e é mais um ponto na crescente tensão nesta região.
Segundo escreve a Al-Jazeera, um ataque das IDF fez três mortos, dois jovens com dezasseis anos e um outro com dezanove, neste sábado, na cidade de Idhana, na Cisjordânia. De acordo com a Reuters, que cita as autoridades israelitas, os jovens palestinianos estavam armados com facas, uma arma de fogo e um machado, e estariam a tentar penetrar no colonato israelita de Adora. As IDF dão conta de que um soldado foi ferido na troca de tiros.
Segundo escreve a Al-Jazeera, as IDF fecharam as entradas da cidade de Idhana e da vizinha Tarqumiyah, reforçando também a presença militar no colonato de Adora. Ao jornal Haaretz, Yehuda Fuchs, comandante das IDF, adianta que a situação foi controlada em Adora. Fuchs explicou que "foi evitado um ataque significativo". "Vamos aprender com o caso para tirar lições e melhorar", acrescentou.
Num outro ponto da Cisjordânia, as autoridades palestinianas avançam que um rapaz de 18 anos, identificado como sendo Khaled Ahmed Zubaidi, morreu depois de ter sido espancado pelas forças israelitas na cidade de Zeita.
Desde os ataques do Hamas a 7 de Outubro, e da campanha militar de Israel em Gaza, a violência na Cisjordânia tem aumentado, com diversos relatos de ataques de colonos israelitas contra palestinianos e um aumento das prisões administrativas, com diversos jovens detidos por longos períodos de tempo. Segundo explica a Al-Jazeera, desde Outubro, só na Cisjordânia, 344 palestinianos foram mortos, incluindo 90 crianças.
Ainda de acordo com um relatório publicado esta semana pelo Gabinete Nacional para a Defesa Territorial e Resistência aos Colonatos, um movimento palestiniano que documenta a actividade dos colonos nos territórios ocupados, nos últimos três meses registou-se um aumento substancial de ataques contra palestinianos na Cisjordânia. "Os colonos tornaram-se mais organizados e perigosos, depois de o Governo israelita ter armado um grande número deles e muitos se terem alistado no Exército para combater na Faixa de Gaza", lê-se no relatório a que o canal do Qatar teve acesso.
Gaza pressionada
Ao longo deste sábado, as IDF continuaram a bombardear a Faixa de Gaza, matando pelo menos cem pessoas nas últimas 24 horas. Na cidade de Rafah, no Sul do país, onde as forças israelitas concentram grande parte do esforço de guerra depois de terem assegurado controlo no Norte, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, em declarações à Reuters, um ataque contra uma casa, onde estavam duas famílias deslocadas, fez dez mortos.
Segurando a fotografia de uma menina morta com um pedaço de pão na mão, Bassem Arafeh, um familiar, disse, à agência, que as famílias de Rafah estavam a jantar quando a casa foi atingida na sexta-feira à noite.
"Esta criança morreu enquanto tinha fome, enquanto comia um pedaço de pão sem nada, onde está o Tribunal Penal Internacional para ver como morrem as crianças?" disse Arafeh. "Onde estão os muçulmanos... e os líderes mundiais?"
Paralelamente, a situação nos hospitais continua a deteriorar-se, estando, neste momento, apenas seis ambulâncias operacionais em todo o território. "Continuamos a ter dificuldades em fazer funcionar alguns serviços essenciais, incluindo as unidades de cuidados intensivos e os infantários", declarou em comunicado o Ministério da Saúde de Gaza.