Nos Açores, Montenegro e Ventura trocam acusações sobre queda do governo regional

Após alguma insistência dos jornalistas, Montenegro acabou por falar sobre o acordo de incidência parlamentar do PSD com o Chega nos Açores. Vê-o “com toda a naturalidade” dada a “autonomia regional”.

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Luís Montenegro, líder do PSD, visitou esta segunda-feira os Açores, onde passará a semana LUSA/TIAGO PETINGA
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Luís Montenegro e André Ventura, respectivamente líderes do PSD e do Chega, estiveram esta segunda-feira nos Açores. Apesar de não se terem cruzado pessoalmente, fizeram fogo cruzado político: Montenegro disse que o Chega tinha culpa na queda do governo regional e Ventura disse o mesmo do PSD.

Só à terceira pergunta dos jornalistas sobre o assunto é que Montenegro cedeu: existia um acordo do PSD com o Chega nos Açores porque os sociais-democratas primam pela “autonomia regional”, consagrada na “constituição”. “O que acontece nos Açores acontece com toda a naturalidade”, justifica, reiterando que isso não terá paralelo no âmbito nacional.

E com os olhos postos em 4 de Fevereiro, dia das eleições para a Assembleia Legislativa dos Açores, o líder do PSD logo sugeriu querer livrar-se da dependência parlamentar do Chega. “Os Açores têm, neste momento, à sua disposição uma liderança governativa; uma coligação que se apresenta a votos para ganhar uma maioria absoluta”, disse.

Em declarações transmitidas pela CNN Portugal em São Roque do Pico, Montenegro enalteceu o “resultado da governação liderada pelo PSD [juntamente com o CDS e o PPM]” e notou que o “embaraço” do chumbo do Orçamento dos Açores para 2024 foi “criado pelo PS, IL e Chega”.

Já André Ventura, citado pela Lusa, disse exactamente o contrário. Segundo o líder de direita radical, Montenegro “sabe que não foi o Chega o responsável pela queda do Governo dos Açores, ou pela incapacidade do Governo dos Açores em prosseguir".

Segundo Ventura, o Chega tentou convergir com o PSD, “até ao último momento”, em medidas concretas "que mudassem a vida das pessoas". Tal não sucedeu — o que, na leitura do deputado, "mostrou a incapacidade que o PSD tem, a nível regional e a nível nacional, de fazer as reformas que o país precisa”.

"Os Açores é, talvez, um bom exemplo da incompetência que o PSD muitas vezes tem, na gestão da coisa pública e na capacidade de fazer reformas", insistiu Ventura, durante a inauguração da sede do partido em Ponta Delgada.

O arquipélago dos Açores terá eleições antecipadas a 4 de Fevereiro fruto da dissolução da Assembleia dos Açores, que, por sua vez, aconteceu na sequência do chumbo do Orçamento regional. Governava una coligação PSD/CDS/PPM com apoio parlamentar do Chega, da IL e do deputado independente Carlos Furtado.

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