O jornalismo deixou de ser um negócio e isso é uma péssima notícia

Quem trabalha no mundo dos media sabe bem que não existem fontes de financiamento (públicas ou privadas) que não criem relações de dependência perversa.

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Falemos, pois, de jornais. A democracia funda-se, todos o sabemos, na soberania do povo. Mas a democracia pressupõe também que o povo soberano possa estar informado acerca de todos os assuntos da cidade e que, com base nessa informação, possa livremente formar a sua opinião. É essa a única forma de a democracia ser substantiva, não se reduzindo a um ritual formalístico esvaziado de real conteúdo. Ora, desde que se reinventou, no século XVIII, já não na sua encarnação direta, mas na sua versão representativa, a democracia teve de lidar com o problema crucial de criar mecanismos que assegurassem a difusão da informação e a troca de ideias, papel outrora reservado à Ágora ateniense onde era possível reunir fisicamente os cidadãos.

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