Sindicato convoca todos os jornalistas para paralisação solidária

A par da greve de 24 horas marcada por trabalhadores de JN, DN, O Jogo e TSF para 10 de janeiro, o sindicato pede a todos que parem uma hora.

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Acção de protesto contra os despedimentos em curso nas empresas do grupo Global Media Paulo Pimenta
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O Sindicato dos Jornalistas não se limitou a lançar o pré-aviso de greve para o próximo dia 10 de Janeiro na Global Media Group (GMG). Desafiou todos os jornalistas do país a, num gesto de solidariedade, pararem entre as 14h e as 15h daquele mesmo dia.

A greve foi decidida, em plenário, pelas redacções do Jornal de Notícias, do Diário de Notícias, d’O Jogo e da TSF. No início do mês, a comissão executiva anunciara o despedimento de 150 a 200 trabalhadores do grupo (que inclui outros títulos) e o pagamento de subsídio de Natal em duodécimos. No dia 28, admitira que não iria honrar o pagamento de salários.

Os que trabalham em regime de prestação de serviços já tinham salários em atraso. Em Dezembro, muitos tiveram de recorrer à solidariedade dos colegas para pagar as suas contas – jornalistas de diversos meios de comunicação social juntaram cerca de dez mil euros. No último sábado, a Comissão Executiva decidiu suspender todos os recibos verdes já a partir desta segunda-feira.

No comunicado publicado neste que é o primeiro dia do ano no seu site, o Sindicato dos Jornalistas acusa a administração do grupo de ter “como única solução promover revogações de contratos de trabalho, despedir trabalhadores, incumprir prazos de pagamento, ao arrepio dos mais elementares princípios e normas laborais”. “Não pode utilizar os seus trabalhadores como reféns na sua querela com o Governo porque não teve o que esperava a propósito da alienação da sua quota na Lusa.”

A greve agora anunciada começa às 00h do dia 10 de Janeiro. Deverá estender-se por 24 horas. Abrange todos os trabalhadores da GMG e os que “aí prestem serviço”.

Os trabalhadores reclamam o “pagamento imediato das retribuições em falta, do subsídio de Natal e a remuneração devida aos prestadores de serviço”. Querem que “a administração ponha termo imediato a qualquer processo que determine a cessação de contratos de trabalho”. E que “coloque o seu foco no investimento e na melhoria das condições de trabalho de forma a projectar o crescimento do grupo e a propiciar condições para uma efectiva liberdade de informação de todos os cidadãos”.

Recorde-se que no Jornal de Notícias houve greve nos dias 6 e 7 de Dezembro, com quase 100% de adesão. Por sua vez, a TSF tinha feito uma greve de 24 horas ainda a 20 de Setembro, por causa da destituição do director, Domingos de Andrade, do atraso no pagamento de salários e a total ausência de resposta à reivindicação de aumentos salariais.

Na sequência da adesão aos protestos no Jornal de Notícias, o Sindicato dos Jornalistas tinha anunciado que “gostaria de juntar todos profissionais da Comunicação Social em Portugal num abraço solidário a estes camaradas, propondo uma paralisação de uma hora no dia 6 de Janeiro”. Agora, acertou a data para fazer coincidir o gesto com a greve na GMG. Dia 10, todos os jornalistas estão convocados para parar uma hora para “expressar a sua solidariedade para com os colegas do GMG” e “alertar o poder político e a sociedade civil para a situação do sector”.

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