Taxas Euribor recuam e abrandam aumento das prestações em Janeiro
A queda das taxas Euribor chegou mais cedo do que o esperado. Prazo a 12 meses recua para o valor mais baixo desde Março e a seis meses para mínimo desde Junho.
As taxas Euribor terminaram o mês de Dezembro em queda, reforçando a inversão da curva que fez disparar o custo dos empréstimos para habitação e para empresas. O impacto da descida de Dezembro é positivo, embora ainda não se traduza numa diminuição das prestações, apenas em aumentos muito mais suaves para quem tiver contratos a rever em Janeiro. A manter-se a actual tendência, as primeiras reduções no valor a pagar deverão começar nos próximos meses.
Bem mais cedo do que o esperado - ainda há poucos meses se previa que as taxas continuariam em níveis elevados por cerca de dois anos, e agora o mercado antecipa forte descida já em 2024 -, a média da Euribor a 12 meses fixou-se em 3,679% menos 0,343 pontos percentuais (4,022%) do que no mês anterior. Trata-se do segundo mês consecutivo de queda, recuando para o valor mais baixo desde Março.
O prazo mais longo é o que está presente num maior número de contratos e é o que está a apontar para descidas mais significativas das taxas no novo ano. Contudo, como os contratos a rever em Janeiro sofreram a última actualização precisamente em Janeiro de 2023 (com a média de Dezembro de 2022, que se encontrava mais baixa, em 3,018%), este contrato ainda traz um aumento de prestação.
A média da Euribor a seis meses, o segundo prazo mais utilizado no crédito à habitação, fixou-se em 3,927%, menos 0,138 pontos que o valor de Novembro (4,065%).
A de três meses também desceu, mas em apenas 0,037 pontos, para 3,935% (3,972% no mês anterior), sendo a primeira vez que a média deste prazo regista uma variação negativa. Apesar de ser este prazo mais curto o que apresenta valor mais elevado, o mercado está já a antecipar uma descida mais acentuada nos próximos meses.
Especialmente na Euribor a 12 meses, a queda já é expressiva, tendo em conta que o prazo a 12 meses esteve acima de 4% entre 16 de Junho e 28 de Novembro, tendo descido 0,715 pontos face ao máximo anual atingido em 29 de Setembro (4,228%), valor que foi o mais alto desde Novembro de 2008.
O prazo de seis meses também esteve acima de 4% entre 14 de Setembro e 1 de Dezembro e também regista um recuo, embora menor, de 0,280 pontos, face ao máximo anual de 4,143%, registado em 18 de Outubro.
Para a queda das taxas Euribor contribuiu a paragem no aumento das taxas directoras do Banco Central Europeu (BCE), e a expectativa de descida do custo do dinheiro pelo banco central nos próximos meses, tendo em conta a evolução da inflação na zona euro.
A próxima reunião de política monetária do BCE está marcada para 25 de Janeiro.Com Lusa