Euribor a 12 meses dá “presente” de Natal a mais de um milhão de portugueses

As taxas utilizadas no crédito à habitação estão todas abaixo de 4%, e o prazo mais longo já caiu para muito perto de 3,5%.

Foto
Prestação da casa vai começar a descer nos próximos meses, embora de forma lenta Manuel Roberto
Ouça este artigo
00:00
02:33

As taxas Euribor continuam em rota descendente, com os juros a 12 meses a caírem para mínimo desde Abril, já muito perto dos 3,5%, e cada vez mais distantes do máximo anual de 4,228%.

O prazo mais longo das taxas presentes em cerca e 1,3 milhões de contratos à habitação sinaliza a inversão de um ciclo de dois anos de subidas, com forte impacto no orçamento das famílias, representando por isso um “presente” de Natal, mesmo que o efeito dessa descida ainda não seja visível.

O impacto da descida nas prestações da casa, que em muitos casos duplicaram num curto período de tempo, começará a notar-se nos próximos meses, de forma gradual, à medida que os contratos forem sendo revistos.

A Euribor a 12 meses, actualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, que esteve acima de 4% entre 16 de Junho e 28 de Novembro, desceu esta sexta-feira para 3,581%, menos 0,001 pontos percentuais do que na quinta-feira.

Tal como a de 12 meses, a taxa a seis meses, que esteve acima de 4% entre 14 de Setembro e 1 de Dezembro, também recuou e tem registado uma queda apreciável, para 3,895%, menos 0,004 pontos percentuais do que na sessão anterior. Em Outubro, este prazo chegou ao máximo anual de 4,143%.

A Euribor a três meses, actualmente a mais elevada, subiu face à sessão anterior, para 3,931%, mais 0,015 pontos, mas igualmente abaixo dos 4,002% atingidos em Outubro.

Segundo dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a Outubro de 2023, a taxa mais longa representava 37,8% do stock de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável, seguida da de seis (35,9%) e da de três meses (23,6%).

A evolução das taxas Euribor está a antecipar um provável corte das taxas directoras do Banco Central Europeu (BCE), que seguem de perto, particularmente da taxa de juro de depósito, que é a principal referência para o custo do dinheiro na zona euro, e que actualmente está em 4%.

As Euribor começaram a subir no início de 2022, depois de o banco central ter admitido que poderia subir as taxas de juro directoras devido ao aumento da inflação na zona euro, e esse movimento foi agravado pela subida de taxas do BCE, a partir de Julho desse ano.

A próxima reunião de política monetária do BCE está marcada para 25 de Janeiro. Com Lusa

Sugerir correcção
Ler 7 comentários