Taxas Euribor voltaram a descer e a de seis meses já está mais baixa que a de três
Mário Centeno confiante que “as prestações dos contratos indexados à Euribor a três meses já registem uma ligeira redução em Dezembro e Janeiro”.
As taxas Euribor caíram esta sexta-feira em todos os prazos, mantendo-se, assim, a expectativa de que não estará longe o início da descida do custo do dinheiro por parte do Banco Central Europeu (BCE). Este movimento, que acontece depois do BCE ter mantido as suas taxas inalteradas, manifestando maior confiança em relação ao ritmo de descida da taxa da inflação na zona euro, teve como resultado a colocação do valor da Euribor a seis meses abaixo da de três meses.
Tal como acontece em sentido ascendente, em que os prazos mais longos são os que sobem mais rapidamente, antecipando o valor mais elevado nos meses seguintes, no movimento descendente são também estes prazos a liderar as descidas.
Assim, a Euribor a 12 meses é agora a que apresenta valor mais baixo, seguindo-se a de seis meses, e passando a de três meses a ser mais elevada. Esta sexta-feira, a Euribor a três meses, baixou para 3,920%, caindo 0,012 pontos face à sessão anterior, e mais longe dos 4,002% verificados a 19 de Outubro.
A descida foi mais expressiva na Euribor a 12 meses, actualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, que recuou 0,075 pontos, para 3,644%, mínimo desde o início de Abril, e cada vez mais longe do máximo anual de 4,228%.
Confiante na descida está o governador do Banco de Portugal, que afirmou esta sexta-feira que o pico das Euribor foi registado no quarto trimestre deste ano, e admitindo mesmo que as prestações dos contratos indexados à Euribor a três meses já registem uma ligeira redução em Dezembro e Janeiro.
“Atingimos o topo das taxas Euribor no quarto trimestre de 2023. As actualizações trimestrais nos contratos em que a Euribor a três meses é utilizada a partir de Dezembro e Janeiro já vão reflectir uma ligeira redução das taxas”, disse Mário Centeno, na conferência de imprensa de apresentação do Boletim Económico de Dezembro, em Lisboa.
O responsável do banco central considerou ainda que “em Fevereiro, Março e Abril a descida “vai passar para os contratos com indexante a seis meses e depois para contratos com indexante a 12 meses”.
“Se não houver nenhum choque adicional esta vai ser a trajectória ao longo de 2024”, disse.