As “convicções” de Pedro Nuno

Já é oficial: o político que nos habituou a aparecer frente aos jornalistas em pose hirta, palavra dura e ideia inabalável está em processo de metamorfose.

O novo secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, está convicto de que pode haver margem nas contas do Estado para repor todo o tempo de serviço perdido pelos professores e os demais funcionários públicos. Está convicto que o Orçamento de 2024 é bom e é para cumprir; que o princípio das “contas públicas certas” tem de ser mantido; que a redução da dívida pública tem de continuar; ou que a política de excedentes orçamentais “pode reduzir excessivamente o espaço orçamental de que o Governo precisa para fazer o investimento público em infra-estruturas e em serviços públicos e para apoiar as famílias e as empresas”. As contas certas convencem-no, desde que não se chegue ao “fundo Medina”. A despesa pública também. O investimento público idem. O Estado social, obviamente. Ele não é “um radical”, apenas um socialista com “convicções”. Sem convicções, bem se sabe, a política é uma batata.

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