Taxa de juro do crédito à habitação superou os 4,5% em Novembro

Contratos celebrados nos últimos três meses registaram a primeira queda em 20 meses, com uma maior opção por taxas mistas.

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Taxas Euribor começam a dar tréguas, mas vai demorar algum tempo a notar-se nas prestações Manuel Roberto
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A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação voltou a aumentar em Novembro, para 4,524%, permanecendo no valor mais elevado desde Março de 2009, mas estando em desaceleração há seis meses. Já nos contratos celebrados nos últimos três meses, verificou-se a primeira queda em 20 meses, para 4,366%, ficando abaixo da taxa do total dos contratos pelo segundo mês consecutivo.

De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa do conjunto dos contratos subiu 9,1 pontos-base face a Outubro (4,433%), e nos contratos celebrados entre Agosto e Outubro desceu 1,4 pontos-base face ao observado no mês anterior, uma descida que acontece pela primeira vez desde Março de 2022.

A descida da taxa implícita nos contratos mais recentes é explicada, essencialmente, pela crescente opção pelo regime de taxas mistas de curto prazo, uma vez que as taxas fixas (a vigorar apenas nos primeiros anos do contrato, passando depois a ser indexado à Euribor) estão mais baixas.

A preferência pelas taxas mistas nos novos empréstimos para compra de casa é confirmada pelos dados de Outubro, que representaram 64% do total, o valor mais elevado de sempre.

A prestação média do conjunto dos contratos fixou-se em 396 euros, o máximo desde o início da série (Janeiro de 2009), mais quatro euros do que em Outubro e mais 108 euros do que em Novembro de 2022. A parte relativa a juros representou 61% da prestação média, proporção que era de 29% há um ano, em Novembro de 2022.

Nos contratos mais recentes, o valor médio da prestação subiu 11 euros face a Outubro, para 655 euros, um aumento de 29,2% em relação a Novembro de 2022.

O capital médio em dívida para a totalidade dos créditos à habitação aumentou 252 euros em Novembro para 64.438 euros. Bem mais alto é o valor dos contratos celebrados nos últimos três meses, que subiu para 126.115 euros, mais 1012 euros do que em Outubro.

As taxas Euribor, presentes na maioria dos contratos à habitação existentes em Portugal, têm estado a descer, mas o impacto no conjunto dos contratos vai demorar alguns meses.

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