Biden recomenda remodelação do Governo israelita e diz que ataques em Gaza alienam apoio internacional

Presidente dos EUA afirma que o Governo de linha dura “está a tornar as coisas muito difíceis”. Assembleia Geral da ONU aprova resolução para cessar-fogo imediato.

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Palestinianos transportam uma mulher ferida após um ataque israelita a Rafah, no Sul de Gaza Reuters/STAFF
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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou esta terça-feira que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, tem de remodelar o seu governo de linha dura, avisando também que Israel arrisca perder o apoio internacional por causa do bombardeamento de Gaza.

Os comentários de Biden num evento de angariação de fundos para a sua campanha de reeleição em 2024 foram mais um sinal da crescente preocupação dos EUA com os bombardeamentos israelitas em Gaza, onde milhares de civis palestinianos foram mortos.

“Estão a começar a perder esse apoio”, disse Biden, referindo-se ao alarme da comunidade internacional face aos bombardeamentos.

Netanyahu dissera antes que Israel conta com o apoio dos EUA para o seu objectivo de destruir o Hamas e recuperar os reféns detidos pelos militantes palestinianos, mas os aliados divergem sobre o que poderá seguir-se à guerra de Gaza. Biden mencionou especificamente o político de extrema-direita israelita Itamar Ben-Gvir, que é ministro da Segurança Nacional de Israel, e referiu que “este é o governo mais conservador da história de Israel”.

“Ele (Netanyahu) tem de mudar este governo, que está a tornar as coisas muito difíceis”, afirmou o Presidente norte-americano.

Biden disse ainda que, em última análise, Israel “não pode dizer não” a um Estado palestiniano, ao qual se opõem os radicais israelitas.

“Temos uma oportunidade de começar a unir a região. Mas temos de nos certificar de que Bibi compreende que tem de tomar algumas medidas para se fortalecer. Não podemos dizer não ao Estado Palestiniano”, acrescentou.

O aumento da pressão sobre Israel veio também de Nova Iorque, onde a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução a pedir o cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza. A resolução, redigida por 20 países árabes e pela Organização para a Cooperação Islâmica - e que não tem carácter vinculativo - foi aprovada com o apoio esmagador de 153 países. Dez nações votaram contra, incluindo Israel e os EUA, e 23 abstiveram-se, entre os quais o Reino Unido.

Na sexta-feira, uma resolução semelhante foi chumbada no Conselho de Segurança, com o veto dos EUA e a abstenção do Reino Unido.

Enquanto Biden criticava o Governo de Netanyahu, os tanques e aviões de guerra israelitas continuaram a bombardear a área Sul da Faixa de Gaza, com as Nações Unidas a afirmarem que a ajuda humanitária foi em grande parte interrompida devido à intensidade dos combates na guerra entre Israel e o Hamas, agora no seu terceiro mês.

Em Khan Younis, a principal cidade do Sul de Gaza, que as tropas israelitas invadiram na semana passada, os residentes afirmaram que os bombardeamentos estavam agora concentrados no centro da cidade. Um deles disse, citado pela Reuters, que os tanques israelitas estavam a operar na rua onde se situa a casa de Yahya Al-Sinwar, líder do Hamas em Gaza.

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