Marcelo responde a Costa sobre cenários pós-eleitorais: “Quem decide é o povo”

Presidente da República diz não ter tido conhecimento da abertura do inquérito do Ministério Público ao caso das gémeas luso-brasileiras no dia 7 de Novembro, dia da demissão de António Costa.

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Marcelo Rebelo de Sousa disse não ter visto a entrevista de António Costa desta segunda-feira Nuno Ferreira Santos (arquivo)
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Um dia depois de o primeiro-ministro ter colocado em Belém o peso dos resultados das eleições de 10 de Março, o Presidente da República lembrou que essa decisão está nas mãos dos portugueses. “Quem decide é o povo”, respondeu Marcelo Rebelo de Sousa, depois de questionado sobre se se sente responsável pela situação política que resultará das legislativas.

O Presidente falava à margem da apresentação de um estudo da Porthos, na Faculdade de Ciências Médicas (um ponto de agenda que não foi divulgado previamente aos jornalistas pela Presidência da República), em declarações captadas pela RTP.

Marcelo Rebelo de Sousa disse não ter visto a entrevista de António Costa desta segunda-feira, à CNN, em que o primeiro-ministro demissionário voltou a criticar a escolha por eleições antecipadas em vez da opção de manter o Governo com outro primeiro-ministro e considerou que o chefe de Estado será “julgado” por isso nas eleições de 10 de Março.

“Não vi [a entrevista]. Tenho por princípio nunca comentar as palavras do primeiro-ministro. O primeiro-ministro, várias vezes ao longo destes oito anos, disse as posições do Governo sobre o Presidente da República, mas eu entendi nunca comentar. Ele está em funções, vai estar ainda uns meses e naturalmente diz o que pensa, porque pensa e como pensa e o Presidente respeita o seu pensamento, mas não comenta”, disse.

Marcelo foi também questionado sobre se soube, no dia 7 de Novembro, quando recebeu a procuradora-geral da República em Belém a propósito da Operação Influencer, que tinha sido aberto um inquérito contra desconhecidos sobre o caso das gémeas tratadas no Hospital de Santa Maria.

“Não, claro que não”, respondeu apressadamente, tentando fugir às questões que estavam a ser colocadas.

Foi a 7 de Novembro que foi aberto um inquérito ao caso do alegado tratamento de favorecimento a duas gémeas luso-brasileiras, em que o Presidente e o seu filho foram envolvidos. No mesmo dia aconteceu a demissão do primeiro-ministro por causa da investigação Influencer. António Costa considerou, na entrevista desta segunda-feira à noite, tratar-se apenas de uma “coincidência” de datas.

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