Em economia, recorremos ao princípio da “revelação de preferências” para perceber o que uma pessoa valoriza. Imagine um inquérito que pergunta quanto rendimento as pessoas estão dispostas a perder para acelerar a transição energética. Pode haver tendência para exagerar na resposta, para ficar bem na fotografia, mesmo de forma inconsciente e sob anonimato. A alternativa é inferir a resposta a partir de comportamentos. A opção pelo transporte público, em vez do privado, acarreta para muitas pessoas uma perda de tempo. Quando optam pelo carro, as pessoas revelam que o custo que estão dispostas a suportar pela transição energética é inferior ao valor do tempo adicional envolvido no transporte público, contrariamente ao que poderão afirmar em inquéritos. Uma aplicação simples da ideia das preferências reveladas mostra que em Portugal a educação não vale nada.
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