De saída, Governo lança concurso do TGV e impõe obras à ANA
Costa confessa uma “relativa inveja” por não participar na decisão, Pedro Nuno lembra ter escolhido a mesma localização da CTI e José Luís Carneiro promete consensualizar com PSD.
Na véspera da demissão do Governo, o Conselho de Ministros vai aprovar o lançamento do concurso para a linha do TGV e impor à ANA – Aeroportos de Portugal um conjunto de obras no Aeroporto Humberto Delgado (incluindo a ampliação do terminal 1) decorrentes do contrato de concessão, anunciou António Costa. Em gestão, o executivo "não terá qualquer legitimidade para tomar a decisão" sobre a localização do novo aeroporto, mas pretende deixar tudo preparado para o novo Governo decidir.
A NAV Portugal terá que ajustar o sistema de navegação aérea de sequenciação de voos para optimizar a capacidade do aeroporto, e a placa do AT1 (Aeródromo de Trânsito 1, das traseiras do aeroporto) será desafectada do uso militar para a incluir na concessão aeroportuária e tornar-se placa de estacionamento.
"Confesso a minha relativa inveja de não ser eu o decisor político que vai fazer este jogo", admite Costa, como se lhe tirassem um peso de cima, ao lembrar a dificuldade. "Cinco das opções estratégicas aparecem pelo menos uma vez em primeiro lugar [na avaliação dos vários critérios]. Isto é importante porque o decisor tem o dever de respeitar a decisão da comissão, mas tem a responsabilidade de considerar a importância dos critérios e, em função disso, a conclusão final pode alterar-se", alegou o primeiro-ministro.
Pedro Nuno Santos lamentou o “ano e meio de atraso”, já que a comissão entende que Alcochete é a solução "com mais vantagem" e foi essa a localização que, como ministro, decidiu durante um dia. "Confundimos muitas vezes impulsividade com decisão porque arrastamos demasiado os pés e com isso prejudicamos o país."
Sem querer comentar localizações, José Luís Carneiro, também candidato a líder do PS, garantiu ao PÚBLICO que manterá o "compromisso de diálogo com o PSD" sobre o processo do novo aeroporto para se chegar a "um consenso tão alargado quanto possível, permitindo soluções duradouras independentemente dos governos que estão em funções”.