Vereadores da Câmara do Porto preocupados e solidários com jornalistas do JN
O presidente da Câmara do Porto defendeu a importância do jornal para a cidade e a região e destacou os “dados muito positivos” relativos à circulação média e à audiência online .
Os vereadores da Câmara do Porto mostraram-se nesta segunda-feira preocupados com a intenção de despedimento colectivo no Global Media Group e solidários com os jornalistas do Jornal de Notícias, defendendo a importância do diário para a cidade e região.
A declaração, apresentada nesta segunda-feira pelo presidente da Câmara do Porto durante a reunião pública do executivo municipal, uniu todos os vereadores na defesa do Jornal de Notícias (JN) na cidade e na região norte.
"É com tristeza e preocupação que assisto a esta situação", afirmou Rui Moreira, dizendo não querer interferir na liberdade empresarial, mas ver com preocupação a intenção de um despedimento colectivo no Global Media Group, em particular de 40 profissionais do JN.
Destacando os "dados muito positivos" do jornal centenário quanto à circulação média e audiência online, o autarca independente mostrou-se surpreendido pela intenção de despedir jornalistas "do título que sempre deu dinheiro ao grupo, do título que é líder de audiências em vários segmentos, do título que sempre fez história no Porto, na região e no país".
Pelo PS, a vereadora Rosário Gambôa mostrou-se também preocupada com o despedimento colectivo anunciado, defendendo a importância do JN. "É um jornal que tem uma cobertura importante, que é de alguma forma a voz do Norte", afirmou.
Também a vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, destacou a necessidade de todos os membros do executivo estarem "solidários na defesa do JN, o último grande jornal diário que há no Norte". "As notícias vindas a lume e a preocupação que os trabalhadores já demonstraram são muito sérias", afirmou, acrescentando que o pluralismo, a democracia e a região têm no JN "uma voz importante".
Já a vereadora Maria Manuel Rola, do BE, destacou a relevância do JN para a cidade, a região e o país, lembrando que "um jornal não se faz sem jornalistas" e que a intenção de despedimento colectivo pretenderá "alterar a forma como o JN funciona". "Estamos totalmente solidários com a greve dos jornalistas e defendemos a importância do JN a nível nacional e coesão territorial", acrescentou.
Pelo PSD, o vereador Alberto Machado salientou o papel histórico do diário, dizendo estar preocupado com o impacto do despedimento colectivo na "qualidade deste meio de comunicação".
A redacção do JN mantém o pré-aviso de greve para quarta e quinta-feira, justificando os trabalhadores do jornal a decisão com a "falta de resposta da administração ao pedido de esclarecimento sobre a intenção de despedimento colectivo no Global Media Group (GMG) enviado em 24 de Novembro", lê-se na informação enviada na semana passada à Lusa.
A redacção do JN criou uma petição contra o despedimento colectivo anunciado alertando que será "a morte" daquele diário e que terá consequências para região norte, que contava nesta segunda-feira, pelas 10h20, com 4763 subscritores.
Na petição, intitulada "Somos JN — Em defesa do Jornal de Notícias, do jornalismo e das pessoas", é explicado que a Global Media Group (GMG), que detém o JN, anunciou a intenção de proceder ao despedimento de cerca de 150 pessoas, das quais 40 pertencem àquele título diário, que entre a sede no Porto e a delegação de Lisboa tem cerca de 90 profissionais.