FC Porto cede em Barcelona face à sociedade de Cancelo e Félix
Triunfo dos catalães garante qualificação para os “oitavos” a uma jornada do fim, com os “dragões” a dependerem do jogo com o Shakhtar, na última jornada.
O FC Porto perdeu esta terça-feira, por 2-1, na deslocação a Barcelona e adiou a questão do acesso aos oitavos-de-final da Liga dos Campeões para a última ronda, em que recebe os ucranianos do Shakhtar, precisando de um empate para atingir a fase a eliminar.
O triunfo do Shakhtar sobre o Antuérpia foi a notícia que nem Barcelona nem FC Porto queriam receber antes do jogo em Montjuic. A margem de erro ficava reduzida, embora os portistas soubessem que independentemente do resultado em Barcelona, teriam sempre a última palavra na recepção à equipa ucraniana.
Certo é que, em termos estratégicos, para o FC Porto nada parece ter mudado, com Sérgio Conceição a chamar Pepe e Zaidu ao "onze" inicial, onde Alan Varela e Eustáquio geriam a relação de forças no centro nevrálgico, face a um opositor que adoptou uma abordagem com dinâmicas específicas.
Desde logo a defesa a três, equilibrada pelo regressado Frenkie de Jong, convidando Cancelo a explorar a profundidade no corredor de João Félix, enquanto no lado contrário se estabelecia uma alternância entre Pedri e Raphinha, para confundir as marcações.
Avisados da ausência do alemão Ter Stegen (lesionado), compensada por um incomparavelmente menos experiente Iñaki Peña, os portistas foram os primeiros a anunciar as intenções no ataque, num lance de ressaltos que poderia ter oferecido uma vantagem que o Barcelona não estava, ainda, preparado para consentir.
Empenhados em dissipar as ondas de choque do campeonato, os “blaugrana” tinham uma agenda muito própria, que Cancelo tentou cumprir no primeiro remate da noite. Nada digno de especial registo, mas que serviu para disciplinar o adversário e colocar alguns pontos nos “is”.
Mas o remate de Raphinha só serviu para acordar Diogo Costa, seguindo-se um período em que o FC Porto teve de olhar atentamente para a dupla lusa que se insinuava na ala esquerda do ataque catalão.
Taremi avisa, Pepê assume
Nesta dança, depois de algumas iniciativas de Galeno e Zaidu e de um “disparo” sem pólvora de Alan Varela, Taremi mostrou que era possível elevar a fasquia e ir à procura da tal exibição a roçar a perfeição de que Sérgio Conceição falava no lançamento do jogo.
O iraniano marcou, num gesto artístico, um golo invalidado por posição irregular. O aviso estava dado e, depois de Iñaki Peña ter mostrado que não seria por ele que o Barcelona fraquejaria, Pepê surgiu na direita a dar sequência a uma investida de Galeno (30').
Peña nada pôde fazer perante o mais recente internacional brasileiro do FC Porto, que adiantou a formação portuguesa à passagem da primeira meia hora de jogo. Infelizmente para os “azuis e brancos”, a vantagem duraria apenas um par de minutos, já que Cancelo surgiu sem marcação na zona de João Mário para encontrar o tempo e o espaço suficientes para igualar e aliviar um pouco a pressão.
E Xavi Hernández só não respirou logo de alívio porque João Félix e Raphinha não tiveram competência para bater Diogo Costa, que no lance do brasileiro cometeu um erro na reposição de bola. O final de primeira parte estava ao rubro e as equipas só recolheram aos balneários depois de mais uma defesa de Peña, a negar o golo a Varela.
O ritmo manteve-se no recomeço, com o Barcelona a desperdiçar por Félix (remate à barra) e Cancelo. O FC Porto precisava de respirar um pouco e conseguiu-o por breves instantes... até Cancelo e Félix descobrirem a brecha na defesa portista, com o extremo a dar vantagem aos “culés” (57').
O FC Porto não se rendeu, mesmo com os espanhóis a controlarem o jogo, e fez algumas tentativas, com destaque para um remate de Evanilson que Peña resolveu, embora o momento da verdade tenha surgido à entrada dos últimos dez minutos, numa perdida flagrante de Pepê, em que o brasileiro tinha tudo para igualar.
Esse foi o canto do cisne portista, que de imediato viu o Barcelona falhar o terceiro golo. O triunfo, porém, não foi posto em causa e os catalães aproveitaram a inspiração da dupla portuguesa para sacudirem o que Sérgio Conceição rotulou como uma “pseudocrise”.