Salários aumentaram 5,9% no terceiro trimestre, mas ganho real foi de 2,4%

Subida das remunerações foi mais expressiva no sector privado do que na Administração Pública.

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A remuneração total dos trabalhadores do privado atingiu, em Setembro, os 1364 euros brutos Daniel Rocha
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A remuneração média dos trabalhadores portugueses teve um aumento homólogo de 5,9% no terceiro trimestre do ano, atingindo os 1438 euros brutos. Mas tendo em conta a evolução dos preços durante este período, o ganho real foi de apenas 2,4%.

O destaque sobre a remuneração bruta mensal média por trabalhador, divulgado nesta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), dá ainda conta de uma desaceleração face ao trimestre anterior, quando os salários tiveram uma subida nominal de 6,9% e real de 4,4%.

Os dados mostram ainda que os aumentos foram mais expressivos no sector privado, tanto em termos nominais como reais. A remuneração total dos trabalhadores do privado atingiu, em Setembro, os 1364 euros brutos, mais 6,3% do que no mesmo mês de 2022 e em termos reais esse aumento traduziu-se em mais 2,8%.

Já nas administrações públicas observou-se um acréscimo homólogo de 5,5% na remuneração total média por trabalhador, que atingiu os 1834 euros brutos. Neste período, o ganho real não foi além de 2%.

O INE chama a atenção de que as diferenças nos níveis remuneratórios médios entre o sector das administrações públicas e o sector privado reflectem diferenças no tipo de trabalho realizado, na composição etária e nas qualificações dos trabalhadores. Com efeito, refere, os trabalhadores do sector público têm, em média, níveis de escolaridade mais elevados: 55,3% dos trabalhadores do Estado tinham o ensino superior, percentagem que fica nos 24,9% no privado.

Em relação a Setembro de 2022, a remuneração bruta total mensal média aumentou em todas as dimensões de análise (actividade económica, dimensão de empresa, sector institucional, intensidade tecnológica e intensidade de conhecimento), refere o INE. Os maiores aumentos foram observados na indústria extractiva (9,5%), nas empresas de um a quatro trabalhadores (7,1%), no sector privado (6,3%) e nas empresas de serviços de mercado com forte intensidade de conhecimento (9,0%).

Este destaque do INE tem por base a declaração mensal de remunerações transmitida pelas empresas à Segurança Social e a relação contributiva dos subscritores da Caixa Geral de Aposentações (CGA), num total de 4,7 milhões de postos de trabalho, mais 3,8% do que em 2022.

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