Príncipe Harry perdeu mesada depois de ter acusado assessor de William
Harry e Meghan queriam afastar-se da família real, mas manter o elo. Isabel II concordou. Um secretário pessoal de William terá estado na origem da ruptura total com a coroa.
O afastamento dos duques de Sussex dos seus papéis de representantes da coroa britânica era para ter sido suave, com a manutenção de uma mesada, fornecida pelo então príncipe Carlos, durante um ano experimental, ao fim do qual poderiam decidir regressar. Mas acabou por ser abrupta e definitiva, depois de, revela agora o Byline Times, Harry ter acusado um assessor do irmão de ser um dos responsáveis pelas fugas de informação para os tablóides: ainda foi pressionado a retirar o nome de Christian Jones do texto, mas, quando se recusou, perdeu as 700 mil libras (mais de 800 mil euros) acordadas na famosa Cimeira de Sandringham.
Em Janeiro de 2020, poucos dias depois do anúncio do príncipe Harry e de Meghan de quererem afastar-se dos deveres reais, a rainha Isabel II convocou, em Sandringham, uma reunião de emergência com o núcleo duro da família real para abordar o futuro papel na monarquia dos duques de Sussex. No fim do encontro, Isabel II deu a sua bênção a Harry e a Meghan e emitiu um comunicado, considerado raro pelos meios de comunicação social britânicos, em que concordava com as mudanças anunciadas pelo neto, acrescentando que as decisões finais seriam conhecidas pouco depois.
“Embora tivéssemos preferido que continuassem a trabalhar como membros da família real a tempo inteiro, respeitamos e entendemos o desejo de [ambos de] terem uma vida mais independente”, lia-se no texto assinado por Isabel II. A rainha esclareceu ainda que o casal iria passar por um “período de transição”, entre o Reino Unido e o Canadá, país que integra a Commonwealth e onde o chefe de Estado é o monarca inglês.
Mas, de repente, Harry e Meghan estavam a rumar aos EUA, onde se estabeleceram num bairro rico da soalheira Califórnia, virando costas a tudo o que estava relacionado com a família real, ao mesmo tempo que havia rumores (que se confirmariam mais tarde) de terem perdido o montante que lhes assegurava, por exemplo, a segurança a que estavam habituados.
Agora, o Byline Times conta que, em Abril desse ano, Harry enviou uma carta legal ao tablóide The Sun, acusando o companheiro de Jones, um dos principais assessores do príncipe William, de ter recebido quatro mil libras (4585 euros) por uma série de histórias oferecidas ao jornalista Dan Wootton, entre as quais a sua saída da família real.
Uma investigação interna, liderada por Simon Case, viria a determinar que não havia nenhuma ligação entre o casal Christian Jones e Callum Stephens com Wootton; e Harry foi intimado a apagar o nome do secretário de William das acusações. Mas recusou-se e, como consequência, perdeu a mesada do pai, pondo um ponto final ao Acordo de Sandringham, diz o Byline Times.
Só que, o Byline Times, um projecto de jornalismo independente, financiado pelos leitores, fundado em Março de 2019 por Peter Jukes e Stephen Colegrave, encontrou uma fotografia de 2018, que conta uma história diferente: Jones e Stephens numa festa de aniversário de Wootton, um evento reservado aos melhores amigos do jornalista.
Este novo indício permite compreender alguns comentários de Harry durante a entrevista a Oprah Winfrey, sobre o corte financeiro que a sua família sofreu, o que, segundo fontes não identificadas pelo Byline Times, era uma forma de obrigar os Sussex a regressar ao Reino Unido. “A remoção do financiamento de transição, que o príncipe Carlos sabia que era a única tábua de salvação do seu filho para se manter seguro, foi considerada uma maneira muito eficaz de tentar trazer Harry e Meghan para o Reino Unido. Mas não funcionou.”
Entre essa altura e agora, Wootton foi acusado de enganar pessoas, incluindo colegas de trabalho. Já Jones afastou-se do papel de secretário pessoal de William menos de um ano depois de ter assumido o cargo.