Associação que comprou as 214 obras da Colecção Berardo é dona de vários museus

Presidida pelo empresário, a entidade é detentora dos acervos do Berardo - Museu de Arte Deco, em Lisboa, e do Museu do Azulejo, em Estremoz.

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José Berardo mantém-se activo no mercado da arte Nuno Ferreira Santos
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No universo das entidades controladas por José Berardo, a Associação de Colecções – que o empresário usou agora para exercer a opção de compra das obras adquiridas a meias com o Estado – parece ser uma peça cada vez mais relevante, sendo actualmente detentora dos acervos de um conjunto de museus espalhados pelo país, incluindo os recentes B-Mad, Berardo – Museu de Arte Deco, em Alcântara, Lisboa, e o Museu do Azulejo, em Estremoz, instalado no recuperado edifício do Palácio Tocha daquela localidade alentejana.

Criada em Dezembro de 2005, está registada como associação cultural e recreativa, tendo como actividades secundárias o arrendamento de bens imobiliários e a gestão de jardins zoológicos, jardins botânicos e aquários. A “promoção, divulgação e fomento de colecções constituídas por acervos de obras de arte”, bem como a “promoção da educação, nomeadamente na vertente cultural”, são os seus fins estatutários.

Entre os acervos da Associação de Colecções com exposição pública contam-se os dos museus madeirenses de arte africana e de pedras semipreciosas instalados no Monte Palace, no Funchal, o Bacalhôa Budda Eden, no Bombarral, ou o Aliança Underground Museum, nas adegas da Aliança, em Sangalhos.

A associação detém ainda participações em diversas empresas às quais o empresário está ligado, como a Statuschange, a sociedade imobiliária Matiz ou a Bacalhôa – Vinhos de Portugal. Como outras entidades do universo de Berardo, foi também alvo de várias acções judiciais interpostas pela banca, designadamente pelo BCP, contra o qual corre também um processo movido pela própria Associação de Colecções.

Foi esta associação que adquiriu agora por 1,8 milhões de euros as 214 obras que tinham sido compradas com recurso às verbas do fundo de aquisições do Museu Berardo, co-financiado pelo coleccionador e pelo Estado. Cerca de 30 dessas obras estavam na exposição permanente do extinto Museu Colecção Berardo, e já não foi possível contar agora com elas para o novo MAC/CCB.

Fonte ligada ao empresário disse ao PÚBLICO que a Associação de Colecções informou já por escrito a Comissão Liquidatária da Fundação de Arte Moderna e Contemporânea – Colecção Berardo (FAMC-CB) de que estará disponível para anular o negócio caso venha a ser revertida a extinção da FAMC-CB, que Berardo contestou em tribunal, num processo que aguarda ainda uma resolução final.

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