Sp. Braga não conseguiu ferir o Real Madrid no seu habitat

Com golos de Rodrygo e Jude Bellingham - Álvaro Djaló reduziu para os bracarenses -, os espanhóis venceram no Minho, por 2-1, e mantêm o registo perfeito no Grupo C da Champions.

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Jude Bellingham continua a marcar pelo Real Madrid EPA/HUGO DELGADO
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De forma simples, mas com a qualidade de quem faz da Liga dos Campeões o seu habitat preferido, o Real Madrid foi nesta terça-feira a Braga manter o registo perfeito no Grupo C da Champions. Na primeira partida que os “merengues” realizaram no Minho, os bracarenses marcaram por Álvaro Djaló (63’) e ainda ameaçaram o empate na parte final, mas os madridistas não deixaram fugir os dois golos de vantagem – Rodrygo, aos 16’, e Jude Bellingham, aos 61’ – que lhes garantiu o triunfo, por 2-1.

A atravessar uma boa fase - cinco vitórias consecutivas, Artur Jorge não teve pudor em assumir que o primeiro duelo da história do Sp. Braga com o Real Madrid seria “muito especial” e que ficaria “marcado na história” dos minhotos. E, para tentar contrariar o favoritismo do rival, disse na antevisão que desvalorizava o factor experiência: “Ter mais ou menos idade não faz diferença”.

O anúncio do “onze” bracarense confirmou que o treinador não estava a fazer bluff. Nas suas escolhas iniciais, Artur Jorge abdicou de nomes com muitos quilómetros nas pernas ao mais alto nível – Fonte, Moutinho e Pizzi – e, de forma surpreendente, relegou para o banco Abel Ruiz e Bruma. Assim, contra a equipa mais titulada da competição, o Sp. Braga apostou num 4x2x3x1, com Djaló e Ricardo Horta nos flancos, e Salazar no apoio ao francês Banza.

Líder do campeonato espanhol e líder no Grupo C da Champions, Carlo Ancelotti tinha garantido que a viagem à Catalunha agendada para o próximo sábado para defrontar o Barcelona não iria condicionar as suas opções, mas, logo de seguida, deixou o alerta que teria de “avaliar a condição de cada” jogador.

Com o “clássico” para a liga espanhola na mente ou não, a verdade é que Ancelotti deixou de fora Alaba, Mendy, Tchouaméni e Toni Kroos. Para quase todos os técnicos do futebol europeu, prescindir desse quarteto resultaria numa dor de cabeça. Para o italiano, que tinha como alternativas Fran Garcia, Nacho Fernández, Luka Modric e Camavinga, a troca não foi um problema.

E Ancelotti, que tinha dito que a viagem a Braga era “uma grande oportunidade para encarreirar a fase de grupos”, também tinha referido que contra “uma equipa que gosta de dominar e atacar”, seria “importante defender bem e aproveitar as qualidades individuais no ataque”. Foi precisamente isso que o Real Madrid fez.

Os primeiros minutos mostraram uma equipa espanhola (aparentemente) passiva e com baixos índices de agressividade, o que permitiu ao Sp. Braga ter o controlo do jogo e várias aproximações à baliza de Kepa. Porém, cumprindo a vontade do seu treinador, os madridistas defendiam bem e, na primeira vez que se aproximaram da baliza de Matheus, não perdoaram: Serdar não teve andamento para Vinícius Júnior e o brasileiro ofereceu ao compatriota Rodrygo a oportunidade de se estrear a marcar esta época na Liga dos Campeões.

Com a vantagem, o Real Madrid passou a gerir o jogo com mais tranquilidade e apenas num par de ocasiões – Horta (24’) e Banza (41’) – a baliza de Kepa esteve em perigo.

Sem qualquer mudança ao intervalo, o jogo manteve a mesma tendência e, com a frieza e eficácia das grandes equipas, o Real voltou a marcar, com o suspeito do costume: com Vinícius Júnior a receber novamente o papel de melhor actor secundário, Jude Bellingham fez o 11.º golo em 12 jogos na temporada.

Parecia o xeque-mate no jogo, mas na resposta Banza combinou com Djaló, e o extremo nascido em Madrid marcou ao Real. Com o golo, o Sp. Braga ganhou novo alento.

Nos últimos minutos, os minhotos conseguiram ser mais perigosos e aproximaram-se da baliza do Real por várias ocasiões, mas a experiência dos espanhóis foi suficiente para não deixarem fugir a vantagem.

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