O Terraço de Aveiro: a “ressurreição” de um bar-miradouro privilegiado
Fez parte da história da cidade, mas esteve mais de dez anos fechado. O Terraço acaba de reabrir, mais moderno, mais atractivo e a fazer ainda melhor uso das vistas.
Por volta de 1990, numa altura em que a moda dos rooftops não tinha ainda assolado o país, já os aveirenses estavam habituados a subir ao último andar e a beber um copo com vistas panorâmicas. O bar Terraço fez história a partir do sétimo piso do Edifício 15, na Avenida Dr. Lourenço Peixinho, mas isso não foi suficiente para que mantivesse as portas sempre abertas. Depois de vários anos encerrado, acaba de reabrir, completamente renovado. Está mais moderno, tem uma carta para todos os gostos e feitios, e aproveita ainda mais as vistas da cidade da ria.
A “ressurreição” deste espaço icónico da cidade aconteceu no final de Agosto, fruto da iniciativa de três empreendedores e amigos que já contam com alguma experiência na área dos bares e restaurantes. José Machado, de 28 anos, Paulo Martins, 44, e Pedro Lourenço, 40, quiseram oferecer à cidade um bar propício “a beber um copo e conversar”, seja ao início da tarde, ao pôr-do-sol ou à noite, uma vez que o espaço está preparado para tal. Tem uma área de esplanada voltada para nascente, outra virada para poente e um espaço interior devidamente resguardado, para os dias e as noites mais frias — sem esquecer que, em Aveiro, o que não falta é vento.
O grande elemento decorativo do Terraço acaba por ser a vista panorâmica — da serra à ria —, sendo que, tanto no exterior, como no interior, a aposta passou por “deixar o espaço arejar, reduzir tudo ao básico, apenas com um elemento biofílico numa das paredes”, nota Paulo Martins, que também é arquitecto. “Com este verde e estas representações da natureza, pretende-se dar um ar mais de Verão e sol”, acrescenta.
Ao pretender assumir-se como um bar para o dia e para a noite, o Terraço apresenta uma carta capaz de responder às necessidades (e desejos) de quem ali chega à hora de almoço, durante a tarde ou antes ou depois de jantar. “Temos vários snacks, tostas e saladas, que servem de petisco ou de refeição”, destaca Pedro Lourenço. Já José Machado prefere puxar a brasa à sua sardinha, que é como quem diz à carta de cocktails. Depois de ter trabalho em bares e clubes do Dubai, Ibiza e Marbella, entre outros destinos, amealhou experiência quanto baste para ser hoje conhecido, entre os amigos, como grande “miscigenador” de destilados.
Homenagear os ícones
Além das propostas mais comuns, como Mojito, Moscow Mule ou Negroni, a carta contempla uma lista de cocktails de assinatura, todos eles com nomes ligados a Aveiro. Um dos mais pedidos é o Moliceiro, que resulta de uma mistura de vodka, licor de pêssego, lima e romã, seguido do Flamingo, com gin, lima, Cordial rue berry e soda de toranja. A padroeira da cidade, Santa Joana, também dá nome a uma das bebidas da casa, juntamente com a figura do marnoto, a erva salicórnia, o rio Vouga, o cais Botirão e as salinas.
A lista de bebidas reserva ainda espaço para o espumante, o vinho, a cerveja, sumos e refrigerantes, além das bebidas quentes. No que aos petiscos e snacks diz respeito, também há muito por onde escolher, dos calamares à tábua de presunto, queijos e fruta, passando pela beringela crocante.
A clientela, essa, não tem faltado, parte dela movida pelas memórias que tinha daquele espaço. “Tem sido 50-50. Algumas pessoas tinham cá vindo no passado, outras não conheciam”, declara Pedro Lourenço, garantindo que, em ambos os casos, “ninguém fica indiferente”.