Paddy Cosgrave demite-se da liderança da Web Summit

Co-fundador da Web Summit deixa a empresa na sequência de uma onda de críticas às suas declarações sobre a guerra entre Israel e o Hamas.

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Paddy Cosgrave na Web Summit em Lisboa, em 2021 Rui Gaudêncio
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O director executivo e co-fundador da Web Summit, Paddy Cosgrave, demitiu-se do cargo este sábado, depois do boicote anunciado por algumas das maiores empresas tecnológicas do mundo, em reacção aos seus comentários sobre a guerra entre Israel e o Hamas.

Num comunicado a que o PÚBLICO teve acesso, o empresário irlandês anunciou a demissão da liderança da Web Summit "com efeitos imediatos". "Infelizmente, as minhas declarações tornaram-se uma distracção em relação ao evento, à nossa equipa, aos parceiros, às startups e pessoas que nele participam. Mais uma vez, peço desculpa por qualquer mágoa que tenha causado."

A conferência de tecnologia decorrerá, como planeado, entre 13 e 16 de Novembro, em Lisboa, estando prevista a presença de dezenas de milhares de pessoas. A Web Summit adianta ainda que será nomeado um novo director executivo "assim que possível".

"Estou impressionado com a retórica e as acções de tantos líderes e governos ocidentais, com a excepção particular do Governo da Irlanda, que pela primeira vez está a fazer a coisa certa. Os crimes de guerra são crimes de guerra mesmo quando cometidos por aliados e devem ser denunciados pelo que são." Foram estas as palavras de Cosgrave que se tornaram polémicas e o levariam, dias depois, a pedir desculpa por não ter mostrado "compaixão".

Este sábado, a Google, Amazon e Meta, a dona do Facebook, Instagram e WhatsApp tornaram pública a desistência da Web Summit, juntando-se a outras como a Intel e a Siemens, após uma onda de críticas sobre as declarações de Paddy Cosgrave.

Também o embaixador de Israel em Portugal, Dor Shapira, tinha comunicado a ausência do país na conferência "devido às declarações ultrajantes proferidas pelo director executivo". "Mesmo nestes tempos difíceis, ele é incapaz de pôr de lado as suas opiniões políticas extremistas e denunciar as actividades terroristas do Hamas contra pessoas inocentes", escreveu o diplomata na rede social X (antigo Twitter).

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