Certificados de Aforro caíram no “esquecimento” com saldo de 164 milhões em Setembro

Novas subscrições ficaram-se por 364 milhões de euros, e as amortizações ascenderam a 200 milhões de euros.

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Ministro das Finanças, Fernando Medina, justificou corte na remuneração dos CA com redução de custo da dívida pública Daniel Rocha
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A nova série dos Certificados de Aforro (CA), a F, atrai cada vez menos subscrições e a explicação principal é a forte redução da taxa de remuneração, e alguma melhoria nos juros de alguns depósitos a prazo. Em Setembro, as novas subscrições ficaram-se por 364 milhões de euros, o valor mais baixo do ano.

O saldo líquido entre novas subscrições e amortizações, que em Setembro ascenderam a 200 milhões de euros, fica-se por apenas 164 milhões de euros, um montante muito longe dos 3549 milhões de euros registados em Março do corrente ano, o máximo do ano, e de vários outros meses de 2023 em que se verificou uma forte “corrida” a este produto de poupança.

A redução das novas subscrições é explicada pela decisão do Governo, em Junho passado, de suspender a série E, que garantia uma taxa-base de 3,5% (a beneficiar da forte subida da Euribor a três meses), substituindo-a pela série F, com uma taxa-base de 2,5%, ainda assim, superior a muitos depósitos a prazo.

A redução na rentabilidade dos CA foi vista como uma cedência ao sistema bancário, que nos primeiros meses do ano viu sair um montante considerável de depósitos para esta e outras aplicações. O Governo rejeitou essas críticas, justificando a alteração com o custo o produto representa para os cofres públicos.

Na proposta de Orçamento do Estado para 2024, o Governo antecipa uma quebra abrupta na procura deste produto, ao estimar um aumento líquido do instrumento de dívida pública de apenas 576 milhões de euros. O baixo valor líquido estimado é explicado pelas amortizações, nomeadamente pela chegada à maturidade de algumas das séries mais recentes, que, ao contrário das iniciais, têm uma duração máxima de 10 anos.

A série F tem um prazo prazo máximo de vigência alargado a 15 anos, mas conta com prémios de permanência mais reduzidos, de 0,25 pontos percentuais entre o segundo e o quinto ano, atingindo os 1,75 pontos nos últimos dois anos do prazo de subscrição.

No final de Setembro, o saldo total dos CA era de 34.032 milhões de euros.

Nos Certificados do Tesouro, o rimo de novas subscrições continua muito reduzido, ficando-se por cinco milhões de euros, com os resgates a ascenderem a 189 milhões de euros, uma tendência que se verifica há já algum tempo. O saldo total deste produto ascende a 11.693 milhões de euros.

A soma dos dois produtos de poupança destinados a particulares ascendeu, em Setembro, a 45.725 milhões de euros, uma variação negativa de 20 milhões de euros, que não se verificava há quase dois anos.

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