É conhecida também pelos mosteiros e pela pastorícia, mas a Sernancelhe o que é de Sernancelhe: nesta terra da Beira Alta, a riqueza está muito por conta da grande e adocicada martaínha. Tanto que se lhe colam à pele as honras de Capital da Castanha e o carimbo Terra da Castanha, marca registada pela autarquia, que hoje “identifica, explica e diferencia” esta vila portuguesa.

Chega então a altura do ano em que se prestam as devidas homenagens ao fruto-emblema do concelho. Numa tradição de 31 anos, com cheiro e sabor a Outono, a Festa da Castanha está pronta a pôr a prata da casa ao serviço dos apreciadores deste fruto, certificado com Denominação de Origem Protegida (DOP) dos Soutos da Lapa.

Entre 27 e 29 de Outubro, o Expo Salão reúne uma centena de expositores e serve de palco a comezainas com castanhas assadas, cozidas ou fritas, com sal ou erva-doce, em forma de compota ou puré. Na montra estão também outros produtos regionais, artesanato, gastronomia, demonstrações culinárias com os chefs Tiago Silva, Fernanda Costa e Fábio Bernardino, uma palestra sobre Tratamentos inovadores no controlo das doenças do castanheiro, concursos e animação com folclore, fado à desgarrada, tunas, bombos e concertinas.

Fora de portas, estão programados passeios pedestres e de BTT, pelos soutos da martaínha e pela Rota da Castanha e do Castanheiro, para dar a conhecer a paisagem local.

Da terra ao prato, a estalar, saltitar ou crepitar, vem tudo a lume com o mesmo propósito: mostrar Sernancelhe como “território único, com história e com passado, onde a identidade se cultiva e celebra”, sublinha a autarquia em comunicado.