PS e PSD, de acordo em condenar ataques do Hamas, reiteram direito à defesa de Israel

Projecto de voto de pesar pelas vítimas do ataque do Hamas contra Israel a 7 de Outubro deverá ser aprovado nesta sexta-feira.

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O projecto de voto pede também a abertura de corredores humanitários na Faixa de Gaza Reuters/STRINGER
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A Assembleia da República deverá aprovar, nesta sexta-feira, um voto a condenar de forma “absoluta e inequívoca” os "ataques terroristas do Hamas" de 7 de Outubro e a reconhecer o direito de Israel de se defender “no quadro do direito internacional”. O projecto de voto tem o apoio do PS e do PSD, que acabaram por ultrapassar a diferença que os dividia sobre o teor do texto.

No projecto de voto de pesar pelas vítimas dos ataques do Hamas, a que o PÚBLICO teve acesso, a Assembleia da República condena “de forma absoluta, imediata e inequívoca os ataques terroristas do Hamas em Israel”.

Reafirmando o seu reconhecimento do “direito do Estado de Israel a defender-se contra actos de terrorismo no quadro do direito Internacional”, o texto faz votos para “a libertação de todos os reféns e pessoas sequestradas e para o fim das hostilidades”, e apela para que “não seja cortado o acesso de água, comida ou energia e que sejam criados corredores humanitários” na Faixa de Gaza.

Em linha com acordos anteriores firmados entre israelitas e palestinianos, a proposta manifesta apoio aos esforços que procuram “alargar o círculo da paz na região e acautelar as aspirações nacionais dos povos israelita e palestiniano através da resolução do conflito israelo-palestiniano pela via da paz, do respeito pela autodeterminação dos povos e do respeito integral pelos direitos humanos com base na solução de dois Estados”.

A proposta que vai a votos já nesta sexta-feira, quase duas semanas depois do ataque do Hamas, acabou por merecer o acordo do PSD, que preferia o projecto de voto apresentado pelo Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Israel, que não previa as questões humanitárias nem a defesa da autodeterminação dos povos e da solução dos dois Estados, mas que não obteve o OK dos socialistas. “A versão consensualizada é boa e garante o essencial: condena veementemente os ataques terroristas do Hamas, manifesta o apoio inequívoco a Israel e reconhece o seu direito a defender-se”, afirmou ao PÚBLICO Tiago Moreira de Sá, coordenador do PSD na Comissão de Negócios Estrangeiros.

A divergência entre PS e PSD (e que se verificou também dentro de cada uma das bancadas) prendia-se com a defesa da condenação dos ataques do Hamas de 7 de Outubro de uma forma directa, com os sociais-democratas a rejeitarem que essa condenação ficasse misturada com outras questões relacionadas com o conflito.

Para o coordenador do PS na Comissão de Negócios Estrangeiros, Paulo Pisco, o projecto de voto conseguido é “equilibrado” num assunto que “divide” os partidos em Portugal e "em todo o mundo". “Perante a evolução dos acontecimentos, não podíamos deixar de lado as questões humanitárias”, afirma o socialista, referindo que o projecto de voto tem o acordo do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Israel, além do do PS, PSD.

Notícia corrigida às 15h16 com a retirada da informação do apoio do Livre ao projecto de voto consensualizado por PS e PSD

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