A LVMH, proprietária da joalharia de diamantes Tiffany & Co., começou a mostrar aos seus clientes relógios e jóias com diamantes criados em laboratório, testando o interesse dos compradores de luxo na utilização de pedras artificiais.
Nas últimas semanas, em reuniões privadas com clientes na sua sede parisiense na Rue de la Paix, a marca Fred da LVMH mostrou um novo conjunto de jóias topo de gama construído com diamantes criados em laboratório numa tonalidade azul invulgar — destinada a evocar o mar e a reflectir as raízes náuticas do fundador — rodeando-os de diamantes brancos naturais.
Uma das peças, um colar de 240 mil euros, apresenta o diamante azul criado em meio quilate, uma cor que levou anos de pesquisa para ser desenvolvida, de acordo com a marca.
Na terça-feira, quando questionado se a LVMH poderia alargar a sua utilização de pedras criadas em laboratório para a Tiffany, o director financeiro Jean-Jacques Guiony respondeu: "É uma tendência a longo prazo que poderíamos desenvolver noutros locais? É demasiado cedo para o dizer." O responsável sublinhou que as apostas do grupo nas pedras artificiais devem ser "ponderadas e avaliadas cuidadosamente".
No seio do vasto império do luxo, o director-executivo da Tag Heuer, Frederic Arnault, um dos cinco herdeiros do LVMH e que tem 28 anos, deu os primeiros passos na utilização de diamantes criados em laboratório, incorporando-os em alguns dos relógios mais caros da marca, incluindo um relógio de 90 mil dólares com um diamante rosa de 1,3 quilates, apresentado no início deste ano.
A utilização de diamantes artificiais em produtos de luxo surge numa altura em que a LVMH continua a centrar-se na comercialização de diamantes naturais, particularmente na Tiffany, onde os esforços são liderados pelo irmão mais velho de Frederic Arnault, Alexandre Arnault, director de produto e marketing, que celebrou 31 anos em Maio.
A marca, que está a entrar na China, sublinha a proveniência dos diamantes do joalheiro americano, que provêm de países como a Austrália, o Botswana, a Namíbia, a África do Sul e o Canadá. Os diamantes criados em laboratório tornaram-se mais aceites nos Estados Unidos, onde marcas mais baratas como a Pandora e a Signet têm vindo a aumentar a oferta de pedras artificiais.