Kelvin Kiptum vence maratona de Chicago com recorde do mundo

Fundista queniano retirou nada menos do que 34 segundos ao anterior máximo, de Eliud Kipchoge.

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Há meia-dúzia de anos, correr a maratona em menos de duas horas não passaria de uma simples utopia, mas essa proeza está cada vez mais ao virar da esquina. Neste domingo, em Chicago, o jovem queniano Kelvin Kiptum bateu o recorde do mundo da distância, ao completar o percurso em 2h00m35s, retirando à anterior marca nada menos do que 34 segundos. Mais: fê-lo apenas na terceira maratona que correu na carreira.

Kiptum confessou no final da prova que não estava à espera deste desfecho. Mas quando completou uma milha, já com 35 quilómetros nas pernas, ao ritmo diabólico de 4m18s percebeu-se que algo especial estaria para acontecer. Essa cadência permitiu-lhe pulverizar a marca de Eliud Kipchoge (2h01m09s), estabelecida em 2022, em Berlim, e confirmar as boas sensações que já tinha deixado na maratona de Londres, em Abril, quando fez 2h01m25s.

Em Chicago, passou à meia maratona em 1h00m08s, acelerou na segunda metade da corrida, ao quilómetro 33 deixou para trás o compatriota Daniel Mateiko, e acelerou depois sozinho para a meta, debaixo de condições meteorológicas favoráveis (entre sete e 10 graus, com o céu parcialmente encoberto).

“Não estava preparado para isto, mas é um recorde do mundo, estou verdadeiramente feliz. Sabia que bateria este recorde um dia, mas não estava nos meus planos para hoje”, declarou Kiptum, que tem tudo para se tornar um caso (ainda mais) sério do atletismo mundial. Até porque é um atleta francamente novo para os parâmetros dos maratonistas tradicionais e tem mostrado um registo muito estável — em 2022, em Valência, correu a primeira maratona em 2h01m53s.

Para Kiptum, quebrar pela primeira vez a barreira das 2h00 está quase “ao virar da esquina”. Eliud Kipchoge, de 38 anos, já provou que é possível (correu em 1h59m40s, em Viena, em 2019), mas numa prova não oficial, com um ambiente artificial montado com esse único propósito. Agora, Kiptum tem tudo para apagar o lado “postiço” da equação.

E já que estamos em maré de proezas, a neerlandesa Sifan Hassan, apenas seis meses depois de ter sido medalhada nos Mundiais de atletismo de Budapeste, venceu também claramente a prova feminina, tendo alcançado a segunda melhor marca de sempre da distância (2h13m44s).

Hassan, 30 anos, conseguiu esta marca apena duas semanas depois de a etíope Tigst Assefa ter estabelecido a melhor marca de sempre, ao vencer em Berlim com 2h13m44s.

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