PCP diz que as alterações ao acordo de rendimentos são “profundamente insuficientes”

Os comunistas acusam o acordo de abrir “linhas de saque à Segurança Social” por criar “novos benefícios fiscais” e maior “acumulação de lucros”.

Foto
O partido de Paulo Raimundo defende a subida do salário mínimo para 900 euros em Janeiro e mil euros ao longo de 2024 Rui Gaudencio
Ouça este artigo
00:00
02:09

O Governo e os parceiros sociais acordaram este sábado em aumentar o salário mínimo para 820 euros e a valorização nominal das remunerações para 5% em 2024. Mas a actualização do acordo de rendimentos não convenceu o PCP que acusa as alterações de serem "profundamente insuficientes" e não alterarem "a situação dos baixos salários".

Num comunicado enviado à comunicação social, o PCP defende que a revisão do Acordo de Médio Prazo de Melhoria dos Rendimentos, dos Salários e da Competitividade, assinada entre os patrões, a UGT e o Governo, "tal como já se tinha verificado no ano passado, não responde à emergência do aumento geral dos salários". Assim como não responde "à valorização das carreiras e profissões que se impõem para a melhoria das condições de vida dos trabalhadores e para o desenvolvimento e futuro do país", acrescenta.

O partido de Paulo Raimundo lembra que "se verifica" actualmente "um brutal aumento do custo de vida", sobretudo, nos "produtos alimentares", um "enorme agravamento dos custos com a habitação" e que "se acumulam lucros colossais pelos grupos económicos e financeiros e as multinacionais".

E, daí, conclui: os anúncios do Governo e dos parceiros sociais "são profundamente insuficientes e não alteram a situação dos baixos salários que coloca uma parte significativa dos trabalhadores em risco de pobreza".

Além disso, os comunistas denunciam que o acordo "abre linhas de ataque à Segurança Social e aos direitos que esta consagra" ao estabelecer "novos benefícios fiscais, mais injustiça fiscal, maior acumulação de lucros e mais desigualdades sociais", o que os leva a acusar o Governo de estar "ao serviço dos interesses do grande capital".

O partido termina a nota defendendo as propostas que já apresentou no Parlamento e nas quais vai insistir no Orçamento do Estado para 2024: o aumento dos salários "em 15% no mínimo de 150 euros", a subida do salário mínimo nacional para 910 euros em Janeiro, atingindo os mil euros durante o próximo ano e o aumento das pensões e das reformas "em 7,5% num mínimo de 70 euros".

Segundo o PCP, são medidas "não apenas justas e necessárias", mas "possíveis" que podem "reverter para os trabalhadores uma parte maior da riqueza produzida e que agora é acumulada pelo grande capital".

Sugerir correcção
Ler 3 comentários