Depois de subida de Agosto, inflação baixa ligeiramente em Setembro

Depois da subida de Agosto, inflação homóloga em Portugal registou em Setembro uma descida ligeira, de 3,7% para 3,6%.

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Preços subiram 1,1% no decorrer do mês de Setembro Nelson Garrido
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A inflação em Portugal regressou, após a interrupção de Agosto, a uma trajectória descendente em Setembro, com uma ligeira diminuição da variação homóloga dos preços.

De acordo com a estimativa rápida divulgada esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de inflação homóloga – que representa a variação dos preços face ao mesmo mês do ano passado passou de 3,7% em Agosto para 3,6% em Setembro. É o regresso a uma tendência de descida deste indicador que se regista desde Outubro de 2022 (quando atingiu um máximo de 10,1%), depois de, em Agosto, ter subido de 3,1% para 3,7%.

Também a taxa de inflação homóloga subjacente, que retira da análise os bens com preços, mais voláteis como os combustíveis ou os alimentos, diminuiu, de 4,5% para 4,1%.

De qualquer forma, para este abrandamento da inflação homóloga contribuiu de forma determinante o efeito-base. Os dados do INE mostram igualmente que, face ao mês anterior, os preços subiram 1,1%, um ritmo mais elevado do que o registado em Agosto, que foi de 0,3%. Em Setembro do ano passado, contudo, a subida de preços mensal tinha sido de 1,2%, permitindo que se verificasse uma descida da variação em termos homólogos.

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Nesta estimativa rápida da inflação de Setembro, a autoridade estatística nacional ainda não fornece a evolução pormenorizada dos preços por cada classe de produtos. Revela, contudo, que os preços dos produtos energéticos que incluem combustíveis, electricidade e gás aumentaram 1,8% ao longo do mês de Setembro, o que fez subir a taxa de inflação homóloga nestes bens de -6,5% para -4,1%. Isto significa que, para já, apesar de estarem outra vez a subir, os preços da energia ainda estão mais baixos do que no mesmo período do ano passado.

No que diz respeito aos bens alimentares não transformados, que na primeira metade do ano foram os principais responsáveis pela persistência da inflação, os preços cresceram 0,3% no decorrer de Setembro, o que conduziu a uma diminuição da taxa de inflação homóloga nestes bens de 6,5% para 6,2%.

A taxa de inflação média dos últimos 12 meses – que é a utilizada como referência para a actualização de diversos outros preços e rendimentos baixou de 6,8% para 6,3%. A taxa de inflação média excluindo habitação, cujo resultado em Novembro servirá de indexante para o aumento das pensões no próximo ano, baixou de 6,9% para 6,4%.

Em comparação com o resto da zona euro, a descida da inflação em Portugal foi menos forte. Olhando para a taxa de inflação homóloga harmonizada portuguesa (aquela que é comparável com a dos outros países europeus), verifica-se que baixou em Setembro de 5,3% em Agosto para 4,8% em Setembro, ao passo que no total da zona euro a descida foi de 5,2% para 4,3%.

Portugal passa assim a estar mais distante da média europeia, sendo agora o oitavo país, entre os 20 da zona euro, com a inflação mais alta.

Para as famílias portuguesas, resta a consolação de que esta descida forte da inflação na zona euro registada em Setembro torna mais provável que o Banco Central Europeu venha, ao fim de dez subidas consecutivas, a fazer na próxima reunião de Outubro uma pausa (talvez definitiva) no processo de escalada de taxas de juro que está já a conduzir a um forte abrandamento das economias.

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