Centro de artes cénicas em Nova Iorque construído com mármore de Vila Viçosa

O proprietário da empresa alentejana indica que também a primeira transformação da pedra foi feita por portugueses. “Este é daquele tipo de obras que não nos faz ricos, faz-nos é orgulhosos”.

Pedras de mármore foram utilizadas na construção das fachadas de um novo centro de artes cénicas em Nova Iorque
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Pedras de mármore foram utilizadas na construção das fachadas de um novo centro de artes cénicas em Nova Iorque LUSA/Nuno Veiga
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Perelman Performing Arts Center Iwan Baan/FINN
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Perelman Performing Arts Center Iwan Baan/FINN
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Perelman Performing Arts Center, a esplanada Iwan Baan/FINN
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Perelman Performing Arts Center, um corredor no interior Iwan Baaniwan/FINN
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Perelman Performing Arts Center, detalhe do interior com "ponte" Iwan Baan/FInn
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Perelman Performing Arts Center, restaurante Metropolis Iwan Baan/finn
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Perelman Performing Arts Center, John E. Zuccotti Theater em preparativos para a primeira sessão Iwan Baan
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Perelman Performing Arts Center, Vartan & Clare Gregorian Stage Iwan Baan

Três mil toneladas de mármore extraídas de uma pedreira em Vila Viçosa, no distrito de Évora, foram utilizadas na construção das fachadas de um novo centro de artes cénicas em Nova Iorque, nos Estados Unidos.

"O edifício está todo feito com mármore de Vila Viçosa", observa à agência Lusa Manuel Simões, da Granoguli, a empresa proprietária da pedreira de onde foi extraída a pedra para as fachadas do prédio.

O Perelman Performing Arts Center foi inaugurado, na semana passada, junto ao local conhecido como "Ground Zero", que substituiu as torres gémeas e onde existe um memorial e um museu em homenagem às vítimas dos atentados do 11 de Setembro.

Segundo Manuel Simões, a totalidade de mármore, de cor âmbar e translúcida, utilizada na construção das fachadas exterior e interior do edifício, em forma de cubo, foi extraída de uma pedreira da Granoguli situada perto de Vila Viçosa.

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Vista aérea da baixa de Manhattan com o Perelman Performing Arts Center e o Memorial e Museu Nacional do 11 de Setembro Iwan Baan

"Esta é daquelas obras que só se faz uma vez na vida. É tudo em mármore", realça, adiantando que a complexidade do projecto "exigiu um trabalho com muito critério e selecção", pois "as fachadas são precisamente iguais", ou seja, têm o mesmo desenho.

O proprietário da empresa alentejana indica que, além da extracção, também a primeira transformação da pedra foi feita por portugueses na empresa LSI Stone, com sede em Leiria.

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Uma vista aérea do novo Perelman Performing Arts Center com o Memorial do 11 de Setembro Iwan Baan

Só depois é que os painéis de mármore seguiram para uma empresa em França, onde foi colado um vidro em cada uma das peças, e para uma outra na Alemanha, que ficou responsável pela montagem das fachadas do edifício, conta.

Lembrando que o centro de artes cénicas envolveu um investimento de 500 milhões de dólares (quase 470 milhões de euros), Manuel Simões considera que se trata de "um edifício muito especial", pois "não existe outro semelhante no mundo".

"Guardo ainda cinco ou seis blocos que estão aprovados pelo arquitecto não vá acontecer um acidente e porque é um orgulho", assinala.

Sobre o valor do negócio, o empresário escusa-se a revelar os valores: "Este é daquele tipo de obras que não nos faz ricos, faz-nos é orgulhosos", acrescenta.

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Performing Arts Center Iwan Baan

Manuel Simões recorda que a oportunidade de fornecer a pedra para o Perelman Performing Arts Center surgiu através da LSI Stone, em 2018, na sequência de um contacto de uma consultora inglesa de obras de grandes dimensões em pedra.

Depois, relata, o arquitecto responsável pelo projecto, Joshua Ramus, e a sua equipa visitaram a pedreira em Vila Viçosa e foi lá que encontraram o tipo de pedra que pretendiam para as fachadas do edifício.

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Perelman Performing Arts Center, vista artística de corredor interior no piso do teatro Iwan Baan

Cada uma das quatro fachadas do centro tem cerca de 1800 painéis de mármore, com 1,5 metros por 90 centímetros.

O Perelman Performing Arts Center é um novo espaço para artistas emergentes e consagrados em teatro, dança, música, ópera e performance multidisciplinar, e faz parte do plano do Lower Manhattan Development Corporation para a reconstrução da área que era ocupada pelo World Trade Center, destruído nos atentados.