Quem, quando e onde? Oito respostas sobre a vacinação contra a covid-19 e gripe

Vacinação vai abranger pessoas com mais de 60 anos, profissionais de saúde e de lares e grupos de risco. Pela primeira vez, vai ser possível dar a vacina contra a covid-19 nas farmácias comunitárias.

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Vacinação “dupla” contra a covid-19 e a gripe arranca a 29 de Setembro Rui Gaudencio
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A vacinação contra a covid-19 arranca “em força” a 29 de Setembro nos centros de saúde e em simultâneo com a da gripe, à semelhança do que aconteceu em 2022. A novidade deste ano é que também vai ser possível administrar a vacina contra a covid-19 nas farmácias comunitárias que tenham serviço de administração de vacinas, profissionais com formação específica para administração de vacinas e que manifestem disponibilidade para participar na campanha.

Quem vai ser vacinado?

A vacinação vai abranger pessoas com mais de 60 anos, profissionais de saúde (do público e do privado) e de contextos como os lares e ainda cidadãos que tenham comorbilidades de risco para a covid-19 (mesmo tendo abaixo de 60 anos). “Os grupos prioritários definidos na estratégia de vacinação da próxima campanha serão similares aos estabelecidos nas campanhas contra a gripe e contra a covid-19 de anos anteriores”, diz a Direcção-Geral da Saúde (DGS) em resposta ao PÚBLICO.

A norma da DGS para esta campanha de vacinação sazonal, divulgada esta quinta-feira, refere que também vão ser vacinadas as grávidas, os profissionais de serviços prestadores de cuidados de saúde, estudantes em estágio clínico, bombeiros envolvidos no transporte de doentes, prestadores de cuidados a pessoas dependentes. Haverá ainda vacinação nas prisões.

Entre as patologias de risco estão as neoplasias malignas activas, a transplantação, infecção por VIH, doenças neurológicas, doenças mentais, doença hepática crónica, diabetes, obesidade, doenças inflamatórias, auto-imunes e crónicas e pessoas sob terapêutica crónica com medicamentos biológicos. Estão igualmente incluídas a doença cardiovascular (insuficiência cardíaca, miocardiopatias, hipertensão pulmonar e doença coronária / enfarte agudo do miocárdio), as doenças renal crónica, pulmonar crónica e outras como, por exemplo, a trissomia 21.

A campanha sazonal abrange também a recomendação de vacinação primária das crianças entre os 6 meses e os 4 anos com patologias de risco.

Quem vai ser vacinado nos centros de saúde? E nas farmácias?

A DGS explica que vai existir uma convocatória activa das pessoas com comorbilidades de risco abaixo dos 60 anos pelas unidades de saúde do Serviço Nacional de Saúde. Como já é habitual, os utentes devem receber uma SMS para agendarem a sua vacinação.

Para a vacinação nas farmácias comunitárias, os utentes acima dos 60 anos devem realizar o agendamento da vacinação directamente numa farmácia ou na plataforma online disponível para esta marcação e onde podem marcar a data e a hora da vacinação. A vacinação por idades e por comorbilidades será realizada em paralelo.

Mais de 2100 farmácias já aderiram à campanha de vacinação contra a covid-19 e a gripe, abrangendo 92% dos concelhos no país, segundo disse à agência Lusa nesta quarta-feira a Associação Nacional de Farmácias. A presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF), Ema Paulino, disse esperar que, até ao prazo-limite para publicação da lista oficial das farmácias participantes, sejam atingidas as 2200 e assegurar a cobertura nacional com pelo menos uma farmácia em cada concelho do país.

A norma da DGS, divulgada esta quinta-feira, define que as farmácias comunitárias vacinarão as pessoas com 60 ou mais anos que tenham já levado anteriormente uma vacina de tecnologia mRNA Comirnaty ou Spikevax (comercializada pela Moderna), e não tenham história de reacção de hipersensibilidade ou reacções adversas graves após vacinação anterior.

No caso das pessoas com patologias de risco que não sejam seguidas no SNS, a norma indica que os médicos assistentes devem emitir uma declaração médica da elegibilidade para vacinação. Esta declaração é emitida electronicamente através da Plataforma de Prescrição Electrónica de Medicamentos, de acordo com um formulário disponibilizado pelos SPMS.

Isto quer dizer que os cidadãos acima dos 60 anos não podem ser vacinados nos centros de saúde?

Não. Um cidadão com 60 ou mais anos poderá ser vacinado num centro de saúde se o desejar, apesar de a vacinação destas faixas etárias ser preferencialmente realizada nas farmácias.

As vacinas contra a covid-19 e a gripe serão dadas em simultâneo, no mesmo dia?

Sim. A DGS refere que a co-administração das duas vacinas continua a ser uma estratégia “segura e efectiva” e que contribui para a maior adesão à vacinação. André Peralta Santos, subdirector-geral da Saúde, apelou para as pessoas elegíveis se vacinarem, afirmando que “é uma oportunidade que têm para se protegerem e passarem o Inverno mais seguros”, porque são vacinas “muito eficazes, protegem muito contra a doença grave, tanto para a covid-19 como para a gripe”.

Quem esteve infectado nos últimos meses poderá ser vacinado?

Não. Nas situações em que foi confirmada a infecção por SARS-CoV-2, o intervalo recomendado entre a dose de reforço sazonal e infecção continua a ser um intervalo mínimo de três meses.

As pessoas abaixo dos 60 anos sem comorbilidades não vão ser vacinadas?

Não. Neste momento, a vacinação sazonal abrange apenas os grupos acima referidos. “Fora dos grupos elegíveis, podem ser vacinadas contra a gripe as pessoas que tiverem prescrição médica, sendo a vacina comparticipada”, diz a DGS.

Como será feita a vacinação nos lares de idosos?

Como em anos passados, a vacinação nos lares será feita no local por profissionais do Serviço Nacional de Saúde. Segundo disse à agência Lusa o subdirector-geral da Saúde, a vacina da gripe “é um pouco diferente, é uma vacina da gripe reforçada”, mas a da covid-19 é exactamente a mesma, sendo administradas nos lares para “facilitar a vacinação quer dos utentes quer também dos profissionais que aí trabalham”.

Quantas pessoas serão abrangidas nesta campanha de vacinação?

Num cenário mais conservador e noutro de maior cobertura, a DGS espera vacinar entre 1,9 milhões a 2,6 milhões de pessoas contra a covid-19 e contra a gripe (contabilizando pessoas com 60 ou mais anos de idade e restantes grupos elegíveis). Segundo o responsável, haverá vacinas suficientes para todos os que quiserem ser vacinados.

Artigo actualizado às 11h do dia 14 de Setembro: foram adicionadas mais informações que constam da norma da DGS

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