Vai começar operação para resgatar homem preso a mil metros de profundidade, na Turquia

Mark Dickey estava a explorar uma gruta no Vale de Morca, quando uma hemorragia gastrointestinal lhe impossibilitou a saída. Agora, uma equipa de 150 operacionais começou a preparar o resgate.

Foto
Mark Dickey, dentro da gruta onde ficou preso no sábado passado Reuters/AFAD

Uma equipa de mais de 150 pessoas começou a preparar esta quinta-feira uma operação para resgatar um homem norte-americano que adoeceu e ficou preso na terceira caverna mais profunda da Turquia, com mais de um quilómetro de profundidade, no sábado passado (2 de Setembro).

Mark Dickey, de 40 anos, estava numa missão de exploração internacional em Vale de Morca, nos Montes Taurus, quando teve uma hemorragia gastrointestinal, explicou a TUMAF, federação turca de espeleologia, em comunicado. O homem, com 20 anos de experiência de exploração, co-liderava, segundo a BBC, uma equipa que estava a mapear uma nova passagem na caverna.

Carl Heitmeyer, colega de Mark Dickney, explicou à cadeia de televisão britânica que “pode levar até 15 horas” a alguém que não esteja familiarizado com a caverna a chegar ao ponto onde o explorador está. Além da distância, os corredores da gruta são descritos como estreitos e cheios de curvas e contracurvas. A elevada humidade e as baixas temperaturas também podem dificultar o resgate.

“Várias equipas internacionais, que incluem operacionais da Croácia e Itália, estão a ajudar nas operações. O homem está a cerca de mil metros de profundidade, e eles estão a dividir a subida em sete secções”, detalhou o presidente da TUMAF, Bulent Genc, à Reuters.

Até à última quinta-feira, já foram levadas seis unidades de sangue a Dickey, cuja situação terá estabilizado, escreve a BBC. “Espera-se que [a operação de resgate] demore dez dias, período que pode ser menor se o homem estiver melhor, ou maior caso a situação piore”, acrescentou, confirmando que a condição do explorador tem melhorado e que o homem já consegue aguentar-se em pé sem ajuda.

À cadeia de televisão britânica, Carl Heitmeyer, colega de Mark Dickey também disse que este tinha parado de vomitar pela primeira vez em dias e que já tinha, inclusivamente, conseguido comer.

A TUMAF revelou ainda que foi instalada uma linha telefónica com comprimento suficiente para chegar a uma profundidade de 1040 metros e que a equipa de resgate croata estavam a estabelecer um sistema adicional de comunicações “CaveLink”, como reserva.

Caberá aos médicos no local decidir se é possível retirar Dickey da caverna sem auxílio de uma maca.