Costa lamenta “fugas selectivas” e “mentiras” relacionadas com o Conselho de Estado

Em visita a Guimarães, o primeiro-ministro criticou a notícia de se ter mantido em silêncio durante a reunião do Conselho de Estado, que decorreu esta terça-feira.

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António Costa diz que não é de "amuos" LUSA/ESTELA SILVA
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António Costa lamentou esta quarta-feira que sejam feitas “fugas selectivas” ou contadas “mentiras” sobre o que se passa no Conselho de Estado. No seu entender, trata-se de um “péssimo serviço às instituições”. Em visita a Guimarães, onde foi inaugurar o novo supercomputador Deucalion acompanhado pelo presidente da câmara municipal, o primeiro-ministro criticou a notícia de se ter mantido em silêncio durante a reunião do Conselho de Estado, que decorreu esta terça-feira.

“Quem, nas últimas reuniões, tem decidido fazer fugas selectivas ou contado mentiras sobre o que acontece no Conselho de Estado presta péssimo serviço às instituições, democracia e Conselho de Estado”, disse o primeiro-ministro. Explicando que se trata do “órgão de consulta do Presidente da República onde as pessoas devem sentir-se livres para se expressar” e que assenta na “confidencialidade”, o chefe do Governo sublinhou a importância de as conversas lá tidas não saírem dessas paredes.

“Comprometer esse carácter de confidencialidade é um mau contributo. Não contarão comigo para [isso]”, garantiu. “Nunca ninguém me ouviu falar nem ouvirá sobre o que acontece no Conselho de Estado, quem fala e quem não fala, quem disse isto e aquilo”, acrescentou.

Após rejeitar responder à pergunta sobre se o seu silêncio é, afinal, “mentira”, o primeiro-ministro lembrou, com humor, que as actas dos conselhos de Estado são divulgadas 30 anos após o termo do mandato presidencial. Lá fez a sua matemática e concluiu: “As actas deste Conselho de Estado deverão estar prontas a 10 de Março de 2056. Esperemos até lá...”, disse.

Questionado sobre as declarações do líder do PSD, em que Luís Montenegro acusa o primeiro-ministro de “amuar” durante a última reunião do Conselho de Estado, o primeiro-ministro apelou a que Montenegro também respeite as instituições.

“Quem me conhece sabe que eu não sou dado a amuos. O dr. Luís Montenegro também devia respeitar as instituições e o funcionamento das instituições. Além do mais, como ele próprio disse há dois dias, o líder da oposição é ele. Portanto, o debate político que tenho a fazer é com ele, é no Parlamento”, vincou António Costa. com Lusa

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