Consumo de gás cai em Agosto com mais renováveis e importação

A procura de gás natural caiu 22,6% em Agosto, com uma menor utilização na produção de electricidade.

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O consumo de electricidade subiu 1,8% em Agosto face ao mesmo mês de 2022 Miguel Manso
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O consumo de electricidade subiu 1,8% em Agosto, em termos homólogos, para 4098 gigawatt-hora (GWh), mas o aumento da produção renovável e da quantidade de energia eléctrica importada fez diminuir o consumo de gás natural nesse mesmo mês.

Os dados divulgados esta terça-feira pela Adene (Agência para a Energia) mostram que electricidade produzida nas centrais térmicas representou 24% do consumo eléctrico total em Agosto, abaixo dos 38% registados no boletim de Agosto de 2022.

Com a queda da utilização de gás nas centrais de ciclo combinado, o consumo total de gás natural recuou 22,6% face ao mês homólogo, para 4166 GWh.

Enquanto em Agosto de 2022, 51% do gás natural foi consumido nas centrais eléctrica, no mesmo mês de 2023, a repartição foi de 40% para o sector eléctrico e 59,9% para o mercado convencional, onde estão empresas e famílias.

Este ano, Portugal importou mais electricidade através das interligações com Espanha: o saldo importador foi de 29,7%, acima dos 25,2% do mês homólogo, e dos 27% e 28% registados em Junho e Julho, respectivamente.

“Destaca-se neste mês o facto de o saldo importador ser a principal componente do abastecimento do consumo”, refere o boletim da Adene.

Desde Junho que a produção renovável abastece menos de metade da procura, mas este ano houve mais produção hídrica em Agosto (abasteceu 6,1% do total, mais 1,4 pontos face a 2022) e mais eólica (23,9% do total, mais 6,3 pontos em termos homólogos).

Com mais capacidade instalada, também aumentou este ano o contributo de energia fotovoltaica, que abasteceu 10,2% do consumo, mais três pontos face a Agosto de 2022. A biomassa manteve um peso no mix em torno de 6%.

No caso do gás natural, a maior parte da energia que chega ao país provém da Nigéria (cerca de 41,3% do total), via porto de Sines. Seguem-se as cargas oriundas dos Estados Unidos (26,5%), Rússia (16,9%) e Trinidad e Tobago (12,6%).

As interligações com Espanha representam apenas 2,7% do aprovisionamento de gás natural.

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