Cavaco Silva publica livro sobre a “arte de governar”
Antigo primeiro-ministro e ex-Presidente da República volta a editar livro sobre a vida política nacional.
O ex-Presidente da República e antigo primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva vai publicar este mês um livro centrado no "comportamento de um primeiro-ministro de Portugal para que o Governo tenha sucesso", anunciou nesta segunda-feira o seu gabinete.
"A parte central do livro consiste num ensaio normativo sobre o que deve ser o comportamento de um primeiro-ministro de Portugal para que o Governo tenha sucesso", adiantou a mesma fonte em comunicado.
Editado pela Porto Editora, a obra O Primeiro-Ministro e a Arte de Governar inclui também um conjunto de textos sobre Portugal e a União Europeia e crónicas sobre a política portuguesa.
O livro tem dez capítulos que abordam temas como as competências do primeiro-ministro, a escolha dos ministros, a presidência do Conselho de Ministros, a avaliação e as reuniões com os ministros, as remodelações governamentais, o relacionamento do primeiro-ministro com o Presidente da República e o Governo de coligação.
A apresentação do livro caberá ao antigo primeiro-ministro e ex-presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e está prevista para o dia 15 de Setembro, no Grémio Literário, em Lisboa.
Além de dois mandatos como Presidente da República entre 2006 e 2016, Cavaco Silva exerceu funções como primeiro-ministro entre 1985 e 1995, tendo conquistado duas maiorias absolutas consecutivas em eleições legislativas. Desde que deixou a vida política já escreveu vários livros de memórias, muitas vezes revelando factos dos bastidores ou contando episódios das suas relações com outros actores políticos.
No início deste ano, Cavaco Silva esteve particularmente interventivo politicamente e não se coibiu de fazer duras críticas ao Governo e a António Costa. “Estou seriamente preocupado com as consequências, para o país, da governação do Partido Socialista. Muito especialmente para o futuro dos mais jovens", afirmou em Maio, no encerramento do Encontro Nacional de Autarcas do PSD, onde desferiu uma das mais contundentes críticas ao Governo socialista que se lhe conhecem, passando em revista os casos que culminaram numa crise institucional com Belém.
Dias depois, António Costa respondeu-lhe dizendo que “desceu à terra”, "vestindo a camisola" do PSD para “alimentar o frenesim de uma crise política artificial”.