Reacções ao anúncio de Rubiales: “Vergonha alheia”

Desde futebolistas, no activo e na reforma, a representantes políticos e clubes, são muitas as reacções de condenação à decisão de Luis Rubiales de se manter à frente da RFEF.

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"Estão a tentar matar-me". Luis Rubiales não se demite depois de beijar Jenni Hermoso Reuters, Joana Bourgard
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O anúncio de Luis Rubiales de que não irá demitir-se do cargo de presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) já começou a gerar reacções na sociedade espanhola. Desde políticos a futebolistas, passando por clubes e membros de associações, o tom transversal é de incredulidade.

A público, através das redes sociais, já vieram jogadores com peso no futebol espanhol, a começar por David de Gea: "Sangram-me os ouvidos", escreveu o guarda-redes que durante anos defendeu a baliza da selecção. Outro guarda-redes, com um currículo ainda mais recheado por Espanha, é Iker Casillas, que não se conteve.

"Vergonha alheia", começou por escrever. "Deveríamos ter estado nestes cinco dias a falar das nossas jogadoras! Da alegria que nos deram a todos! Era o que se presumia depois de um título que não tínhamos, mas...", acrescentou.

Borja Iglesias, avançado do Betis, foi mais longe: "Como futebolista e como pessoa não me sinto representado pelo que se passou hoje na Ciudad del Fútbol de Las Rozas. Parece-me lamentável que continuem a colocar o foco sobre uma companheira", vincou, anunciando que não pretende regressar à selecção.

Alexia Putellas: "Inaceitável"

Mais tarde seria uma das coqueluches da actual selecção feminina a colocar o dedo na ferida. Alexia Putellas, média do Barcelona que se sagrou campeã mundial no passado fim-de-semana, rotulou a posição de Rubiales como "inaceitável". "Acabou. Contigo, companheira Jenni Hermoso", escreveu no Twitter.

A esta mensagem de apoio à companheira juntaram-se várias outras futebolistas, de resto, como Ivana Sanz, capitã, ou Olga Carmona, decisiva na caminhada vitoriosa da selecção espanhola.

Javier Tebas, presidente da LaLiga e um crítico assumido de Rubiales há vários anos, também já lamentou esta tomada de posição. "Os gestos misóginos, as expressões soezes, o desastre protocolar e os insultos não são uma surpresa e tinham antecedentes óbvios que deveriam ter evitado uma nova vítima", escreveu.

Da esfera política, também já há manifestações de repúdio, particularmente da vice-presidente do Governo em funções e líder do Sumar, Yolanda Díaz: "O que vimos hoje na assembleia é inaceitável. O Governo deve actuar e tomar medidas urgentes: acabou-se a impunidade para acções machistas".

Algumas instituições juntaram-se entretanto a este coro de críticas, a começar pelos clubes (Sevilha, Celta, Alavés, Santander, Osasuna, Vaência, Getafe, Athletic) com o Real Madrid à cabeça. "O nosso clube apoia plenamente a decisão posta em marcha pelo presidente do Conselho Superior do Desporto, que levará de imediato este caso ao Tribunal Arbitral do Desporto", escreveram os "merengues", em comunicado.

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