Morreu Claude Ruiz Picasso, filho dos pintores Pablo Picasso e Françoise Gilot

Fotógrafo e irmão de Paloma Picasso, era desde 1989 o gestor do legado do pai, com quem teve uma relação difícil, que chegou mesmo ao corte de relações.

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Claude Ruiz Picasso junto a uma obra do pai em 2000 ullstein bild/getty images
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Claude Ruiz Picasso, filho de Pablo Picasso, morreu na Suíça aos 76 anos, anunciou na quinta-feira o seu advogado. A causa do óbito do fotógrafo e director de fotografia não foi revelada. Fruto da relação do pintor com a também pintora Françoise Gilot que morreu em Junho, aos 101 anos —​, foi até há um mês o gestor do legado do pai, tendo transferido essa responsabilidade, que assumira em 1989, para a irmã Paloma Picasso.

Dos quatro filhos do mestre do cubismo, resta agora Paloma Picasso. Além de Claude e Paloma, o autor de Guernica teve ainda outros dois filhos: Paul, fruto do casamento com a bailarina Olga Khokhlova, e Maya, filha de Picasso e da modelo francesa Marie-Thérèse Walter.

A relação de Pablo Picasso com Claude e Paloma foi tensa, e chegou mesmo ao corte de relações, como relatam as agências noticiosas esta sexta-feira, quando, em 1964, Gilot publicou as suas memórias do casamento — a pintora foi a primeira mulher a abandonar uma relação com Picasso por sua iniciativa. Aos 22 anos, Claude teve de recorrer à justiça para ser reconhecido como filho de Picasso, o que lhe permitiu, assim como à sua irmã, tornar-se seu herdeiro.

Pablo Picasso morreu em 1973 e o seu legado, composto por mais de 45 mil obras, estava na altura avaliado em mais de 705 milhões de euros, incluindo, além dos direitos de reprodução e de autor da obra, também a gestão dos direitos de marca, de personalidade e morais. Cabia a Claude, como indica a agência AFP, também o papel de autenticar as obras do pai e combater as suas falsificações.

Claude Ruiz Picasso nasceu a 15 de Maio de 1947 em Boulogne-Billancourt, em França. Trabalhou como fotógrafo, tendo sido assistente de Richard Avendon e colaborado com publicações como a Time life e a Vogue, e também como director de fotografia. As suas notas biográficas indicam ainda que foi designer gráfico. Mas o grosso da sua ocupação terá mesmo sido, desde 1989, a gestão do legado do pai. “Nunca esperei ou desejei ter qualquer papel como este, ou qualquer influência sobre o legado do meu pai”, disse ao biógrafo de Pablo Picasso, John Richardson, citado pelo diário britânico The Guardian.

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