Parlamento autorizou Marcelo a visitar a Ucrânia. PCP foi excepção

Depois de Costa e Santos Silva é a vez de Marcelo Rebelo de Sousa visitar o país invadido pela Rússia em Fevereiro de 2022. O chefe de Estado quer visitar a Ucrânia já a partir desta terça-feira.

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Marcelo Rebelo de Sousa quer visitar a Ucrânia entre os dias 22 e 25 deste mês EPA/PIOTR NOWAK
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O Presidente da República pediu autorização ao Parlamento para visitar a Ucrânia nesta semana, entre esta terça-feira e a próxima sexta-feira. A Assembleia da República (AR), segundo confirmou o próprio Marcelo Rebelo de Sousa, já “autorizou uma eventual ida à Ucrânia”, autorização que mereceu o apoio de todos os grupos parlamentar à excepção do PCP, sabe o PÚBLICO. Segundo a SIC Notícias, que avançou a informação, o PCP considera não haver utilidade política nesta viagem.

Na Polónia, em declarações transmitidas pela RTP3 durante a tarde desta terça-feira, o Presidente da República adiantou que “a AR anunciou que autorizou que eu até ao dia 26 possa ir a território ucraniano”. “Pedi e foi autorizado.” Por razões relacionadas com segurança não se conhece o momento da chegada de Marcelo à Ucrânia.

O gabinete do presidente da AR (PAR) também confirmou a autorização à viagem: Como é habitual nestas circunstâncias, o PAR consultou todos os grupos parlamentares e deputados únicos, assim como o presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, tendo verificado que uma eventual deslocação de Sua Excelência o Presidente da República à Ucrânia contará com o apoio generalizado no Parlamento. O gabinete de Santos Silva adiantou ainda que a votação formal da viagem terá lugar na reunião da “comissão permanente, que se realizará dia 6 de Setembro.

No pedido que deu entrada na Assembleia da República ainda na noite de segunda-feira e feito já com o Presidente na Polónia, onde se encontrava em visita de Estado, Marcelo escreveu: Estando prevista a minha deslocação à Ucrânia entre os dias 22 e 25 de Agosto, venho requerer (...) o necessário assentimento da Assembleia da República.

O PCP há muito vem divergindo das restantes bancadas quanto à guerra na Ucrânia. No ano passado, os deputados comunistas votaram, sozinhos, contra a realização de um discurso por videochamada, no Parlamento, do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assim como estiverem ausentes do minuto de silêncio feito em homenagem às vítimas da guerra.

Há algum tempo que se falava numa possível visita do chefe de Estado português a Kiev. Marcelo Rebelo de Sousa esteve até esta terça-feira em visita oficial à Polónia, país geograficamente próximo da Ucrânia e com o qual partilha uma fronteira. Durante a manhã desta terça-feira, em declarações numa conferência de imprensa a partir de Varsóvia, o Presidente da República apresentou parte da sua agenda para os próximos tempos, mas deixou de fora a visita ao país que está em guerra desde Fevereiro de 2022.

Em Fevereiro deste ano, o chefe de Estado dizia que, se esta visita acontecesse, seria provavelmente no Verão. Meses depois, em Julho, o jornal Expresso escrevia que Marcelo deveria visitar Kiev nas últimas duas semanas de Agosto ou no início de Setembro. Agora, com a apresentação do pedido de deslocação ao país vizinho da Polónia e posterior autorização, a dúvida ficou esclarecida.

Antes de Marcelo Rebelo de Sousa, estiveram já na Ucrânia António Costa e Augusto Santos Silva. O chefe do Governo foi o primeiro a visitar Kiev, no dia 21 de Maio no ano passado. Cerca de um ano depois, a 2 de Maio último, foi a vez de o presidente da Assembleia da República viajar até à Ucrânia. Depois de concretizada a deslocação de Marcelo Rebelo de Sousa à Ucrânia, as três mais altas figuras do Estado português terão visitado o país presidido por Volodymyr Zelensky.

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