Portugal tem mais 31 mil novos milionários do que há dois anos

No final de 2022, mais de 166 mil portugueses tinham uma fortuna superior a um milhão de euros, enquanto 108 portugueses detinham fortunas com valores superiores a 45 milhões.

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Mais de metade das maiores fortunas do mundo situavam-se nos EUA, China, Alemanha, Índia e Canadá Ricardo Lopes
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Portugal tem mais 31 mil milionários do que há dois anos, o que significa um aumento de mais de 23% no número de novas fortunas. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 15 de Agosto, pelo UBS no Global Wealth Report 2023.

A mesma fonte revela que, no final de 2022, cada português em idade adulta tinha, em média, uma riqueza que rondava os 66 mil euros. Este indicador aumentou para o dobro em relação a 2012, quando estava fixada nos 34.725 euros, e em mais de 2,89% quando comparado com 2021, segundo o jornal Eco.

No final de 2022, mais de 166 mil portugueses — cerca de 2% da população adulta — tinham uma fortuna superior a um milhão de euros. O número de milionários em Portugal aumentou em 23% quando comparado com o número registado em 2020, ou seja, foram registadas mais 31 mil novas fortunas.

De acordo com o relatório, o património líquido das famílias está concentrado em imobiliário, tendo em conta que os activos deste sector se mantiveram “resilientes, apesar do rápido aumento das taxas de juro”.

O Global Wealth Report contabilizou 108 portugueses com fortunas ultra-elevadas, com valores superiores a 45 milhões de euros. Dos 108, nove são detentores de fortunas que superam os 456 milhões de euros.

Os portugueses estão também menos endividados do que estavam há dez anos, com a dívida a diminuir para 19,5 mil euros em 2022. Em 2012, a dívida era de quase 21 mil euros. O rácio da dívida face à riqueza diminuiu para metade em 2022 (29,6%), em comparação com o que se registava em 2012.

Como evoluiu a riqueza a nível internacional?

O mesmo relatório revela que o mundo deixou de ter 3,5 milhões de bilionários, em resultado da queda de 2,4% da riqueza global, diminuindo as desigualdades entre ricos e pobres. No ano passado, só a Europa e a América do Norte perderam 3,4% e 4,5%, respectivamente.

“Este número não tem, no entanto, em conta 4,4 milhões de ‘milionários da inflação’ que deixariam de ser elegíveis se o limiar dos milionários fosse ajustado em função da inflação em 2022”, pode ler-se no relatório.

A Suíça continua, no entanto, a ser o país com mais riqueza per capita (642 mil euros). Seguem-se os Estados Unidos (516 mil euros), Hong Kong (516 mil euros), Austrália (465 mil euros) e Dinamarca (384 mil euros).

“Os activos financeiros foram os que mais contribuíram para a diminuição do património, enquanto os activos não financeiros (sobretudo imóveis) se mantiveram resistentes, apesar do rápido aumento das taxas de juro”, referiu Anhony Schorrocks, autor do relatório e economista. “As contribuições relativas dos activos financeiros e não financeiros podem inverter-se em 2023 se os preços da habitação diminuírem em resposta ao aumento das taxas de juro”, acrescentou.

Mais de metade das maiores fortunas do mundo situavam-se nos EUA, China, Alemanha, Índia e Canadá.

De acordo com o relatório, esta conjuntura contribuiu para a diminuição das desigualdades entre os mais ricos e mais pobres. “Juntamente com o declínio da riqueza agregada, a desigualdade global da riqueza também diminuiu em 2022, com a quota de riqueza do 1% do topo global a cair para 44,5%”, pode ler-se.

O UBS prevê que a economia continue a crescer e que a riqueza mundial aumente “38% nos próximos cinco anos, atingindo 575 mil milhões de euros”. Shorrocks refere ainda que “o crescimento dos países de rendimento médio será o principal motor das tendências globais”, sendo que a riqueza por cada adulto deverá atingir os 100 mil euros em 2027. Já o número de milionários poderá chegar aos 86 milhões.

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