Governo disponibiliza apoio imediato a agricultores afectados pelo incêndio de Odemira
Será disponibilizado um apoio imediato aos agricultores para adquirirem alimentos para os animais, disse a ministra da Agricultura. O incêndio de Odemira provocou prejuízos a dez criadores de gado.
O Governo vai disponibilizar um apoio financeiro aos agricultores que ficaram sem alimentação para os animais devido ao incêndio que atingiu os concelhos de Odemira (distrito de Beja), Aljezur e Monchique (distrito de Faro), foi anunciado esta sexta-feira.
"Vamos disponibilizar um apoio imediato para fazer face à aquisição de alimentos para animais. É um apoio financeiro que será dado à cabeça", revelou a ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes.
A governante falava aos jornalistas no final de uma reunião com agricultores que foram afectados por este fogo, dado como dominado na quarta-feira, realizada nas instalações da Junta de Freguesia de Odeceixe, em Aljezur, no distrito de Faro.
Considerando que as chamas deixaram um "cenário devastador", Maria do Céu Antunes referiu que "o maior problema" para os agricultores afectados é a falta de alimentos para os animais, pois "os pastos e as forragens arderam" no incêndio.
"Vamos dar um valor por animal", que foi calculado "tendo em atenção ao que o animal come e acrescentámos, em relação a valores atribuídos anteriormente, o factor inflação", disse, adiantando que, no caso dos bovinos, a ajuda "pode ir aos 38 euros" e, para os ovinos, chegará "aos 25 ou 28 euros".
Segundo a responsável pela tutela da agricultura, o incêndio de Odemira provocou prejuízos a dez criadores de gado, que têm um efectivo total de 300 vacas e 40 ovelhas.
"Juntámos ainda o sector da apicultura (afectado pela seca e agora pelo incêndio), que enfrenta dificuldades para manter as colmeias e os seus enxames", assinalou a ministra, que não precisou o tipo de ajuda.
Maria do Céu Antunes adiantou que pretende assinar ainda esta sexta-feira o despacho que prevê estes apoios, supondo que o processo "será muito rápido" e que "nos próximos dias essa verba poderá chegar aos agricultores".
Questionada pelos jornalistas se o processo será burocrático, a governante respondeu que "os levantamentos [dos prejuízos] estão feitos" e que, aos agricultores, será necessário "apenas o preenchimento de um formulário". "Sentimos por parte dos agricultores que é uma ajuda preciosa. E que venha o mais rápido possível", notou, frisando que a tutela vai avaliar "a situação com os agricultores e as autarquias no sentido de fazer o acompanhamento da situação".
A ministra realçou que, no final da época de incêndios, o Governo vai abrir ainda uma medida extraordinária, com verbas do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR), para apoiar os agricultores que perderam infra-estruturas com os fogos. Antes da reunião, Maria do Céu Antunes visitou duas explorações agrícolas afectadas pelos incêndios, uma em São Miguel (Odemira) e a outra em Odeceixe (Aljezur), para falar com os proprietários e conhecer as suas dificuldades.
"Quando chegamos a zonas deste território onde há produção agrícola, água e culturas verdejantes, os incêndios param", pelo que "precisamos de trabalhar esta dimensão e fá-lo-emos numa perspectiva integrada, a seguir", acrescentou.
O incêndio, que teve início no sábado e foi dado como dominado às 10h15 de quarta-feira, mantinha-se esta sexta-feira de manhã em fase de rescaldo devido a "alguns pontos quentes", que "ainda oferecem preocupação", segundo fonte da Protecção Civil. De acordo com o site da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), pelas 15h o fogo mobilizava 721 operacionais, apoiados por 242 veículos e três meios aéreos.
O incêndio rural numa área de mato e pinhal deflagrou na zona de Baiona, na freguesia de São Teotónio, concelho de Odemira, a meio da tarde de sábado e entrou nos concelhos algarvios de Monchique e Aljezur. A área ardida ascende a cerca de 8400 hectares, num perímetro de 50 quilómetros.