Judiciária investiga se fogo de Odemira teve origem negligente ou intencional
Incêndio que consumiu área de 8400 hectares desde sábado terá começado em parque de merendas. Em São Teotónio habitantes falam de um churrasco.
A Polícia Judiciária suspeita que o incêndio rural de Odemira, no distrito de Beja, tenha começado num parque de merendas, estando a investigar se teve origem em comportamentos negligentes ou mesmo intencionais, revelou fonte policial.
A mesma fonte indicou que o fogo terá começado num parque de merendas perto da povoação de São Miguel e que as investigações em curso visam esclarecer se o fogo resultou de comportamentos negligentes ou dolosos. A investigação está a cargo do Departamento de Investigação Criminal de Portimão desta polícia.
Uma equipa de investigadores está esta quarta-feira no terreno a ouvir testemunhas e a recolher elementos sobre o fogo, tal como aconteceu no domingo, adiantou. O incêndio numa área de mato e pinhal deflagrou na zona de Baiona, na freguesia de São Teotónio, no concelho alentejano de Odemira, a meio da tarde de sábado, e chegou aos municípios algarvios de Aljezur e Monchique (distrito de Faro). Como o PÚBLICO noticiou, os habitantes de São Teotónio culpam desconhecidos que ali viram a fazer um churrasco.
O fogo entrou em resolução às 10h15 desta quarta-feira, depois de ter atingido cerca de 8400 hectares. As chamas destruíram pelo menos duas casas e uma unidade de turismo rural, além de vários anexos, disseram os presidentes dos municípios, em conferência de imprensa. Também no posto de comando instalado em São Teotónio o comandante regional de Emergência e Protecção Civil do Algarve, Vítor Vaz Pinto, afirmou que em todo o perímetro do fogo há poucas chamas activas.
No entanto, sublinhou, espera-se que haja "muitas reactivações ao longo do dia", porque o vento mudou de quadrante e "vai afectar sobretudo a frente sul", que toca os concelhos de Monchique e Aljezur, onde as chamas também já entraram. Às 16h30, mantinham-se no local 1115 operacionais, 368 viaturas e 14 meios aéreos.
Até agora foram assistidas mais sete pessoas, uma das quais foi transportada para uma unidade hospitalar, o que eleva para 42 o número de pessoas assistidas no local e para nove o número de cidadãos transportados para unidades hospitalares, sem registo de situações de gravidade.
Vaz Pinto disse também que nestes dias foram deslocadas, por precaução, 1459 pessoas, que entretanto já puderam regressar às suas casas.