A imagem, captada por um dos satélites Copernicus Sentinel-2 no dia 7 de Agosto, mostra os focos de incêndio e a enorme nuvem de fumo gerada pelo incêndio que atinge o Oceano Atlântico. O programa europeu Copérnico dá esta terça-feira destaque a Portugal pelos piores motivos anunciando que o país se debate com incêndios devastadores. Na segunda-feira arderam 5500 hectares em Portugal, nos vários focos de incêndio dispersos pelo país. O fogo em Odemira consumiu ontem 5150 hectares.
"A gravidade do incêndio levou à evacuação de quatro comunidades de Odemira (Vale dos Alhos, Vale de Água, Choça dos Vales e Relva Grande) e de uma zona de turismo rural. O fogo também invadiu duas áreas protegidas, o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina e as Zonas de Protecção Especial de Monchique, colocando em risco ecossistemas únicos e a vida selvagem", refere o comunicado.
No domingo, o Copérnico tinha já divulgado uma imagem de um outro incêndio em Portugal. "Na tarde de 4 de Agosto de 2023, um incêndio devastador começou em Castelo Branco, Portugal, engolindo rapidamente mais de 6000 hectares de vegetação."
Na imagem captada a 5 de Agosto é possível ver a intensidade do incêndio que criou uma enorme nuvem de fumo, que se estende por mais de 500 quilómetros a oeste do Oceano Atlântico. O registo do Copérnico contabiliza um total de 7447 hectares de área ardida em Portugal no dia 6 de Agosto.
Mais de 1000 bombeiros combatiam ao início da manhã desta terça-feira os três incêndios em curso mais significativos para as autoridades — em Odemira, Cinfães e Leiria, segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC).
De acordo com a informação disponível no site da Protecção Civil, o incêndio que começou em São Teotónio (Odemira), no sábado, e que já obrigou à deslocação preventiva de cerca de 1400 pessoas, é o que mais meios mobilizava pelas 07h30, com um total de 841 operacionais, apoiados por 284 viaturas.
Cerca de 120 concelhos do interior Norte, interior Centro e da região do Algarve estão esta terça-feira em perigo máximo de incêndio, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Estão em perigo muito elevado cerca de 60 concelhos dos distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Vila Real, Aveiro, Coimbra, Leiria, Lisboa, Portalegre, Évora, Beja e Faro. Já em perigo elevado estão mais de 60 concelhos dos distritos de Faro, Beja, Évora, Portalegre, Santarém, Lisboa, Coimbra, Aveiro, Porto, Braga e Viana do Castelo.
Apesar das previsões meteorológicas para os próximos dias, o ministro da Administração Interna afirmou na segunda-feira que "para já" não vai ser declarada a situação de alerta devido aos incêndios rurais, tendo em conta a resposta do dispositivo ao combate e as condições meteorológicas. Desde o início do ano, as mais de 5655 ocorrências de fogo já afectaram 24.914 hectares de espaços rurais.