Voltámos à “recepção”? Mas afinal que país é este, hã?
Veja-se esta linda palavra: “ficionista”. É, decerto, uma nova categoria de escritor. Escreverá “fição”, que com jeito ainda passa a fissão... nuclear.
Extraordinário. Se não víssemos não acreditávamos. Então não é que a RTP, decerto atrapalhada com a cobertura da Jornada Mundial da Juventude, anunciou uma “recepção oficial ao Papa na base aérea”? Uma recepção, leram bem? Incrível. Só pode ter sido influência brasileira, com certeza. Num país há tantos anos amodorrado em branda “receção”, multiplicando “receções” a torto e a direito, vêm agora estragar esse belo cenário com uma palavra de consoante proibida. É obra. Só faltava que nos viessem falar no “aspecto” das celebrações, com franqueza. “Aspeto” é que é. E em “espectadores”, só para nos fazer esquecer os nossos tão queridos “espetadores”. Se fosse na TV Globo, percebia-se: recepção, aspecto, espectadores. Agora cá? Brasileirices!
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